No livro Quincas Borba, de Machado de Assis, o autor resume bem a sociedade ocidental, majoritariamente capitalista, com a seguinte frase:"Ao vencedor, as batatas". Nessa perspectiva, a sociedade torna-se cada vez mais economicamente injusta, além de extremamente individualista. Dessa forma, os esportes praticados em grupo são formas de amenizar alguns reflexos do capitalismo, pois promovem a inclusão social de classes desfavorecidas; porém não são capazes de sanar diferenças socioeconômicas. Em primeiro lugar, esportes praticados em grupo oferecem vantagens sociais, físicas e psicológicas para as pessoas. Prova disso é que esportes como futebol e basquete proporcionam um bom condicionamento físico para seus participantes, além de serem formas de lazer. Por fim, esses esportes são propícios à criação de vínculos de amizade entre os praticantes, o que comprova o papel de inclusão social do esporte, quando desenvolvido em locais carentes, que abrangem um público de baixo poder aquisitivo. Por outro lado, o esporte não pode ser usado como forma de garantir a igualdade socieconômica, pois a prática profissional é privilegio de um seleto grupo. Além disso, originalmente, o esporte foi criado como forma de lazer, como meio de interação social; assim, utilizá-lo como forma de obter lucros é exceção à regra, ou seja, uma distorção dos objetivos originais do esporte, de sua essência. Fica claro claro que o esporte é uma ferramenta importante de inclusão social, além de garantir boa saúde aos participantes, na maioria dos casos. Desse maneira, cabe aos governos estaduais e municipais a criação de mais projetos esportivos destinados às pessoas de baixa renda. Além disso, o Estado deve investir mais em educação, com a criação de mais universidades públicas, como forma de diminuir as desigualdades econômicas. Por fim, cabe ao terceiro setor a criação e manutenção de projetos esportivos em comunidades carentes. Esse é um bom começo no sentido de tornar a sociedade mais justa, o contrário do que previu Machado de Assis.