Título da redação:

Até que ponto o esporte pode ser usado como ferramenta de inclusão social?

Tema de redação: Esporte no Brasil: ferramenta de inclusão social ou meritocracia excludente?

Redação enviada em 13/07/2017

No livro Quincas Borba, de Machado de Assis, o autor critica bem a sociedade ocidental, majoritariamente capitalista, com a seguinte frase:"Ao vencedor, as batatas". Nesse sentido, ela torna-se cada vez mais economicamente injusta, além de extremamente individualista. Dessa forma, os esportes são formas de amenizar alguns reflexos do capitalismo, pois promovem a inclusão social de classes desfavorecidas; porém não são capazes de sanar diferenças socioeconômicas. Diante disso, muito se tem falado acerca do esporte como ferramenta de inclusão social no Brasil, mas até que ponto ele pode ser assim considerado? O esporte é o único ou principal meio de inclusão social que deve ser trabalhado em nosso país? Em primeiro lugar, atividades esportivas praticados em grupo oferecem vantagens sociais, físicas e psicológicas para as pessoas. Prova disso é que elas como, por exemplo, futebol, basquete e voleibol proporcionam um bom condicionamento físico para seus participantes, além de serem formas de lazer a baixo custo. Por fim, esses exercícios são propícios à criação de vínculos de amizade entre os praticantes, comprovando o seu papel de inclusão social, quando desenvolvido em locais carentes, que abrangem um público de baixo poder aquisitivo. Mas há na sociedade brasileira uma utopia de que o desporto é capaz de resolver tudo, como no raciocínio de que jovens realizando atividades desportistas estarão fora das drogas e da criminalidade, ou seja, para acabar com os mesmos na periferia bastaria apenas uma quadra poliesportiva no local e tudo vai estar resolvido. Mas não é bem assim. Na realidade, ele é somente uma das várias medidas que devem ser implantadas em uma determinada localidade para que haja inclusão social. Visto isso, o jovem que pratica esportes sem que tenha uma melhor perspectiva de vida está tão vulnerável às drogas ou à violência quanto aqueles que não o pratica. Nesta situação, o mesmo não fará muita diferença. Logo, o Estado deve instalar centros públicos de prática esportiva em locais públicos e instutuições de ensino. As ONG's e escolas, podem criar projetos nos bairros mais pobres que incentivem sua prática por meio da organização de campeonatos e gincanas. Cabe aos governos uma melhor distribuição de recursos para o desenvolvimento social do Brasil como melhorias na saúde, na qualidade da educação e no saneamento básico.