Sem dúvida alguma o esporte faz parte da vida do ser humano. É extremamente difícil encontrar alguém nunca discutiu acerca de algum esporte ou que nunca praticou. Desde os gregos antigos o esporte é uma ferramenta social, mas o caráter desta, de exclusão ou de inclusão, depende de sua administração. O esporte praticado na escola, por exemplo, deveria servir como ferramenta de inclusão, já que não tem como objetivo formar atletas, mas a realidade é diferente. Esta tem como característica a exclusão dos menos favorecidos tecnicamente. Estes, que buscavam o esporte como ferramenta de inclusão, de modo a formar novas amizades e vivenciar momentos inéditos, passam a ter uma visão do esporte como ferramenta de terror, pois a descriminação se torna rotina. Por conseguinte, a ferramenta, que antes serviria para a inclusão, acaba promovendo casos de bullying que têm como vítimas os menos favorecidos tecnicamente, tudo isto por causa da excessiva competitividade que há na realidade escolar do Brasil. Portanto, em nosso contexto, o esporte se torna uma meritocracia excludente que seleciona apenas os mais aptos tecnicamente, e caso alguém desfavorecido neste critério venha a participar da equipe, poderá ser usado como bode expiatório nas derrotas e esquecido durante o reconhecimento da vitória. Todavia, tais fatores não podem ser usados para justificar o fim da prática esportiva na escola. Pais e professores devem ficar atentos aos casos de exclusão e de bullying sempre buscando o diálogo. A administração da escola tem por obrigação expor aos profissionais de educação física os riscos e traumas que esta competitividade excessiva pode gerar, como aversão ao esporte. Como bem disse Descartes: "Não há métodos fáceis para resolver problemas difíceis".