Título da redação:

Ordem em detrimento ao progresso

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 21/06/2016

Durkheim concerne que as instituições são fundamentadas com o objetivo de alcançar e garantir a ordem. Seguindo esse preceito, a escola deveria calar-se diante das injustiças sociais e redimir-se à mera condição de fábrica de ditames institucionalizados pela classe dominante. Contudo, o papel transformador da educação jamais poderá ser cerceado pela tentativa conservadora e patife de limitar a liberdade de expressão e impedir o progresso. Consoante à epistemologia empírica de John Locke, a mente humana pode ser inicialmente equiparada a uma folha em branco. Nesse contexto, a criança submetida a uma escola de ideal ordenador tem sua “tábula rasa” condicionada a um cabresto hipotético que a impede de agir como agente transformadora da sociedade. Á vista disso, a Alemanha Nazista, por exemplo, usou a educação como meio para propagar suas ideias racistas e xenófobas, suprimindo o debate e aniquilando a autonomia cidadã. Zygmunt Bauman, por sua vez, contradita a lógica durkheimiana, defendendo a tese de que a escola – como instituição social- não deve visar manter a ordem, mas sim, formar a consciência e a análise crítica dos estudantes. Dessa forma, o papel da educação precisa ser resgatado, respeitando as características históricas-culturais da região e assim pôr fim às ambições ordenadoras do Estado. Portanto, o Ministério da Educação – por meio de uma portaria interministerial- deve modificar as grades curriculares dos cursos de licenciatura para implantar o ideal baumaniano da dialética e da formação de uma consciência crítica. Aliado a isso, fortalecer os conselhos escolares que, em parceria com pais e responsáveis, têm de coibir qualquer influência do Estado na sala de aula. Por fim, o Congresso Nacional necessita realizar uma modificação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, acrescentando uma formação maior nas matérias humanas, além de atividades culturais como visitas ao teatro e museu. Assim, a escola cumpriria o seu real papel – não em serviço à ordem, mas em serviço ao progresso.