O movimento “Escola Sem Partido” tem como pauta principal a neutralidade ideológica de professores nas redes de ensino do Brasil. Algumas das motivações do movimento constam no respeito à Constituição brasileira e na observação a qual conclui que, o incentivo à liberdade de expressão dentro das escolas, contribuiu para manutenção de partidos políticos no poder. No entanto, a contradição o “Escola Sem Partido” expõe um totalitarismo ameaçador ao pluralismo de ideias da frágil democracia brasileira. O educador Rubem Alves afirmou que “há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”, sendo assim, a fim de que ocorra a formação de indivíduos aptos a enfrentarem o mundo plural e globalizado, deve-se optar pelas “escolas que são asas”. Desta maneira, será construído um espaço de debate essencial, no qual o professor educador tem função importante, como introduzir novas perspectivas e, além disso, de manter o espaço pacífico entre as diferentes visões de mundo que surgem no debate escolar. De outro lado, há o benefício do processo democrático no contexto da discussão escolar. Com o debate consolidado, visões de mundo serão expostas e, dentre estas, surgirão pensamentos enraizados em princípios conservadores, os quais, dependendo de sua natureza, mostram-se uma ameaça à própria democracia, como argumentos preconceituosos. Portanto, é preciso que nos espaços de discussões tais princípios sejam desconstruídos, mostrando ao jovem os danos destas ideologias ao mesmo tempo em ocorra a construção de pensamentos e novos caminhos instigadores do processo democrático. Sendo assim, é possível concluir a natureza totalitária do movimento “Escola Sem Partido”, o qual vê na extinção do debate escolar uma forma de perpetuar uma sociedade de pensamento único. Devido a isto, é preciso que as instituições de ensino não aceitem a reivindicação do movimento e que, ao contrário, incentivem o debate dentro das escolas, introduzindo palestras ministradas por ONGS e movimentos sociais das mais diversas correntes de pensamento.