Título da redação:

O potencial de nocividade à educação assinalado a partir do projeto Escola sem Partido

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 29/10/2016

Durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), as disciplinas filosofia e sociologia foram excluídas da grade curricular do ensino médio. Essa atitude visava um ensino parcial, a favor do governo ditatorial, uma vez que eliminava o caráter crítico da didática escolar. Em alusão a isso, atualmente, sugere-se o programa Escola sem Partido, o qual guia-se pela ideologia que quaisquer instituições de ensino devem ser proibidas de transpassar conhecimentos de natureza não científico-natural ou matemática, como o estudo da filosofia e da sociologia, por exemplo. Essa mudança, embora caracterizada como neutra por seus defensores, põe em discussão a didática efetiva na formação do indivíduo. Primeiramente, explana-se acerca do projeto Escola sem Partido, Segundo sua ideologia, a escola deve ater-se à transmissão do conhecimento científico, de forma com que os objetos de estudo de filosofia e de sociologia sejam extirpados, em defesa de uma educação “neutra”. Exemplifica-se a proibição da transmissão dos estudos de gênero e de diversidade sexual, uma vez que se colocariam contra valores de muitos pais de alunos. Em contrapartida, a competência em avaliar criticamente a sociedade e contribuir para sua evolução depende do conhecimento de sua base, de seu desenvolvimento e das ações promovidas nesse meio. Esse é o objeto de pesquisa da sociologia. Nesse âmbito, a filosofia mostra-se imprescindível na compreensão e na crítica direcionada a outras disciplinas, como biologia e física, uma vez que define-se pelo estudo da natureza fundamental do conhecimento e da realidade. Ademais, em 2014, discutia-se a possibilidade de aplicação de 10% do produto interno bruto (PIB), dentro de uma década, no setor da educação. A possibilidade de extinção de conteúdos imprescindíveis para a formação individual, assim, constitui regresso no âmbito didático-escolar. É necessária, dessa forma, a consideração de outras táticas, como investimentos nesse setor, ao invés da exclusão de disciplinas fundamentais. O projeto Escola sem Partido, portanto, mostra-se prejudicial à educação brasileira e deve ser anulado. Também, é imprescindível que as instituições de ensino apliquem, em sua didática, a importância do ensino da filosofia e da sociologia. Além disso, a mídia, em sua abrangência, pode promover debates acerca desse projeto, de forma a explanar suas características e seus contrapontos. Por fim, cabe ao Estado assegurar investimentos na educação, dada a imprescindibilidade desse setor no progresso social.