Título da redação:

Não há "neutralidade " na educação.

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 09/07/2016

Já dizia Paulo Freire “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. No Brasil, a escola começa a ter novos desafios diante das diversas discussões políticas e ideológicas. Com a aprovação do Projeto “Escola Sem Partido”, a atuação dos educadores será restrita e pode causar graves consequências. Quando se propõe uma “escola sem partido”, doutrina ou ideologia, na realidade, esta ação carrega em si um propósito ideológico! O propósito de esvaziar discussões que são necessárias. Mas, de acordo com a sociologia, a escola é o principal elemento para a formação do indivíduo. E como prepara-lo para viver em sociedade se houver restrições?! Além de que, a escolha de conteúdos, matriz curricular, metodologia são essencialmente escolhas políticas, por isso não é possível acreditar em “neutralidade“ na educação. Uma vez que, até as escolhas de autores, sejam de literatura científica, ideológica ou clássica apresentam conteúdo político e ideológico. Haja vista que todo o texto carrega as intenções e entendimentos sobre a sociedade e relação de poder, crenças econômicas e políticas do autor. Assim como a escolha entre as teorias criacionista ou evolucionista, que desenham modelos de sociedade e relações de poder distintos, e até divergentes. Contudo, se aceita essa proposta, admitimos a escolha de uma visão unilateral, vinculada a um modelo político que deseja hegemonia, seja para conquista-la, seja para mantê-la o que fere diretamente na liberdade de expressão. Portanto, para que esse projeto não vingue é necessário que não somente os estudantes e educadores se mobilizem, mas também a sociedade por meio das nas redes sociais, por debates em prol da liberdade em discutir crenças, partidos, e qualquer outro conteúdo na escola, sob a tutela da literatura, ciência e contato social entre pessoas de diferentes culturas, crenças, formação e historias. E deve haver incentivo por parte do Ministério da Educação no aprimoramento dos professores com cursos complementares, para garantir um ambiente com maior respeito nas escolas, pois conhecimento é poder, assim como dizia Nelson Mandela “ A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo”.