Para Paulo Freire, ilustre educador e filósofo brasileiro do século XX, “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”. Partindo dessa frase, ele demonstra a importância do ensino na formação de um ser livre e racional. Nesse contexto, no Brasil atual, a discussão acerca do problema da limitação do ensino em nossas escolas, com objetivo de formar indivíduos alienados e obedientes à uma ideologia, passou à condição de destaque. Assim, podemos analisar de que forma a politização e a falta de controle externo do sistema educacional brasileiro contribuem para a formação do panorama atual. Durante toda história mundial, foi comum ver o predomínio de determinada doutrina, em certo espaço, sob influência de um grupo dominante. Essa proposta, de determinar o comportamento dos demais, causou conflitos, inclusive sangrentos. Cristãos e protestantes ou capitalistas e socialistas são alguns exemplos históricos. Atualmente, em nosso país, grupos políticos que querem perpetuar-se no poder insistem na imposição ideológica, buscando a formação doutrinária de nossos jovens, de acordo com pensamentos propostos. Soma-se a isso a ausência de mecanismos de controle externo, que sejam capazes de impedir a manipulação do ensino, o que também contribui fortemente para a agravamento do cenário atual. A inexistência de órgãos ligados à sociedade que acompanhem à formação das nossas crianças e jovens revela-se como perseguidora do conceito de livre arbítrio e, assim, a formação das pessoas passa a obedecer um determinismo proposto por grupos interessados. Assim sendo, verifica-se a necessidade de um controle externo efetivo. Entende-se, por consequência, a importância de abrandar os efeitos da problemática exposta e, para tanto, é fundamental a conduta direcionada da sociedade, que deve organizar-se, trabalhando com a formação de grupos planejados e alinhados, que venham a combater a politização do sistema. Torna-se essencial, também, a atuação conjunta do ministério público e do poder legislativo, seja a nível federal, estadual ou municipal, de forma a criar um sistema de controle efetivo, através de órgãos fiscalizadores, para que, dessa forma, seja possível construir um paradigma que busque a formação de mentes livres, sem fronteiras.