Título da redação:

Limites dentro da sala de aula

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 15/08/2017

O programa “Escola Sem Partido”, de autoria do senador Magno Malta do Partido da República, consiste em ideais de privação quanto a doutrinação ideológica realizada por professores dentro das salas de aula. Contudo, sabe-se que essa afirmação é muitas vezes combatida por educadores, sociólogos e estudantes que compreendem a importância da formação de pensamento crítico dentro da instituição educacional, qual possui papel corroborante para a formação política dos cidadãos. Em meio a multiplicidade que compreende a sociedade atualmente, quando se fala em ideologia, se torna errôneo tentar definir qual é a boa ou a ruim, qual pode ou não ser discutida dentro de sala de aula. O fato é que existe uma pluralidade de pensamentos sociais e que reconhece-los e adentrar mais profundamente, seja por professores ou estudantes nos assuntos de cunho político-social, não é o mesmo que fazer apologia a determinado pensamento, mas compreendê-lo como real. Portanto, não existe essa tal de doutrinação que muitos, a partir da ideologia de “Escola Sem Partido”, confundem com a menção e posicionamentos políticos que todos os cidadãos possuem e que inevitavelmente são levados a âmbitos públicos e até mesmo em locais de trabalho. Não é possível ser totalmente imparcial em nada que se diz quanto às matérias humanas, pois nossa cultura é agregada de valores e carregamos uma bagagem cultural única e diferente de todas. Mas basta o respeito e a compreensão entre tais diversidades culturais. O papel da instituições escolares deve ser também a formação de pensamentos críticos sobre políticas públicas, como questões de gênero, o racismo estruturado da sociedade, e as divergências entre partidos políticos brasileiros, mas sempre de modo à respeitar os direitos humanos. Por exemplo, uma professora não deve manter-se imparcial quanto à ação discriminatória de um aluno pela posição partidária do outro colega. Porém, dentro do programa de “Escola sem Partido”, a profissional poderia correr o risco de ser afastada de seu local de trabalho, já que estaria “tomando um partido” dentro de sala. Sendo assim, podemos concluir que tal programa em discussão serve para limitar, e de maneira silenciosa, a liberdade de expressão dos professores dentro de sala de aula. Logo, a questão da prática do programa deve ser decidida por quem mais sofre ou ganha com tal implementação, a classe trabalhadora e estudantil. A aprovação deve ser feita a partir dos votos da população, pois um senador não pode mais compreender o que se passa dentro do âmbito escolar tão bem quanto quem trabalha e convive nesse.