Há mais com o que se preocupar O projeto Escola Sem Partido e seus ideais são insuficientes e obsoletos ao que se refere a gerar benefícios e acarretar em melhorias necessárias à frágil e precária educação pública do país. Em primeiro lugar, a relação entre alunos e professores – que já não é das melhores – seria, certamente, ainda mais prejudicada. O fato de os docentes terem sua liberdade de ensinar e dialogar para com os discentes restrita e direcionada aos conceitos de cada um tornaria as aulas mais difíceis de serem preparadas e apresentadas, e a profissão cada vez mais desvalorizada. Em segundo lugar, o projeto em questão assemelha-se a algo já ocorrido anteriormente no Brasil. Quando os militares obtiveram o comando do país, em 1964, foram impostos conteúdos e metodologias de ensino de acordo com suas ideologias, determinando, também, a perseguição e repressão contra educadores que se opunham a tais mecanismos. Ademais, a função do professor é, basicamente, passar aos alunos todo o seu conhecimento acerca dos conteúdos de todas as formas possíveis e necessárias. Cabe a estes desenvolverem seus próprios conceitos e pensamentos críticos, aderindo a posições sociais –como em culturas, religiões e política- da maneira com que os convir. Contudo, há necessidades maiores ao que se refere a mudanças significativas na educação. Melhorias na estrutura de escolas, bem como a criação de novos espaços destinados ao ensino, na acessibilidade e no acesso aos mesmos, como também nos conteúdos educacionais e na valorização dos profissionais são algumas prioridades com que o governo nacional, através de programas, projetos e reformas voltadas ao aprimoramento da educação pública nacional deveria se preocupar.