Surgido em 2004, o projeto de lei Escola Sem Partido discursa em oposição à educação vigente – esta, segundo os adeptos deste projeto, é carregada de ideologias partidárias e doutrinação marxista. Os adeptos visam, sobretudo, tornar as escolas brasileiras livres no sentido ideológico, no entanto, mostram-se visivelmente contraditórios: pautam uma educação voltada a ideologias de centro, de direita e de cunho religioso. Atualmente, as redes sociais são importantes mecanismos para a difusão de ideias, neste sentido, a Escola Sem Partido foi ganhando adeptos ao longo do tempo, estes, por sua vez, fortaleceram o movimento. A pauta central do projeto é “livrar” as escolas brasileiras da educação doutrinária inclinada à esquerda, no entanto, a Escola Sem Partido nos mostra sua faceta mais contraditória: carregada de ideologias de centro, de direita e de cunho religioso, condena símbolos progressistas importantes para a educação brasileira. Neste contexto, difundida em larga escala nas redes sociais, a Escola Sem Partido mostra-se contrária aos progressistas: Paulo Freire – expoente teórico da educação não doutrinária no Brasil, movimentos sociais – sobretudo, àqueles que pautam o ensino voltado à cultura africana e indígena e, por fim, adeptos à discussões de gêneros e sexualidade. À vista disso, de modo errôneo e precipitado, o projeto coloca em uma mesma balança ideias marxistas, o histórico obscuro das atrocidades comunistas e o fracasso socialista; o discurso difundido permite observar o retrocesso no que se diz respeito à pauta dos Direitos Humanos e da diversidade. Portanto, é imprescindível a reação contrária ao projeto Escola Sem Partido; as redes sociais, espaço de difusão das ideias, devem ser utilizadas a fim de contrapor as ideias retrógradas. Ademais, a oposição deve utilizar-se dos aparatos democráticos: sair às ruas combatendo ideologias tão reacionárias aderindo, cada vez mais, adeptos à causa anti-reacionária.