O projeto Escola sem Partido tem por objetivo a implementação, nas escolas, de um cartaz que mostra diretrizes as quais os professores são obrigados legalmente a obedecer. Embora a ideia - dos legisladores que o defendem - seja a neutralidade no ensino, a forma agressiva como ela é imposta expõe negativamente o educador e diminui sua já fragilizada autonomia. É preciso observar, antes de tudo, a exposição imperativa que o programa acarreta. Essa postura inquisitorial do Estado controla o docente. Isso ocorre pois ele se sente observado a cada ensinamento dado e fica refém das consequências de se divergir das concepções de um aluno. Assim, o prazer de ensinar dá lugar ao medo de opinar. Da mesma forma, o controle do Governo sobre as ações em sala de aula extingue o principal objetivo do educador: formar mentes pensantes. Uma vez que não há discussão, não há troca de opiniões e de conceitos. Sendo assim, os estudantes se limitam ao que entenderam do assunto abordado e não contemplam toda a extensão daquele tema. O Poder Público deve, portanto, adaptar a lei afim de proteger a importantíssima atuação do professor em sala. Logo, é preciso fomentar uma reforma nos Parâmetros Curriculares Nacionais que torne as aulas mais dinâmicas, com discussões, leituras diversas sobre um mesmo tema, observação de contextos históricos e debates políticos embasados nos conhecimentos concretos adquiridos nessa nova e eficiente estrutura.