Título da redação:

Escola neutra?

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 17/06/2016

Em 1964, iniciou- se, no Brasil, a ditadura militar, período que ficou marcado pelas restrições à liberdade individual e coletiva. Nesse contexto, tornou-se comum as perseguições aos educadores que expunham opiniões contrarias ao regime militar. Hoje, embora exista a liberdade, inerente a democracia, está em tramite o projeto de lei “ Escola sem partido”, o qual restringe a atuação do professor à transmissão, apenas, do conteúdo escolar e o impede de dialogar com os alunos, processo fundamental para a construção do conhecimento. Assim, é notório que, se aprovado tal projeto, danos graves serão causados à educação brasileira. A doutrinação política e o esfacelamento dos ensinamentos familiares são pontos que sustentam a possível lei. Afirmam-se que os debates sobre temas cotidianos em sala de aula e a exposição de diferentes pontos de vista aos alunos sobre temas sociais e científicos são responsáveis por persuadi-los e afasta-los dos valores adquiridos na família. No entanto, proibir que tais diálogos ocorram comprometerá a própria transmissão do conhecimento. Como, por exemplo, serão ministradas aulas sobre o capitalismo e o socialismo, temas antagônicos e com grandes impactos no mundo contemporâneo? Como será ensinado aos alunos a teoria heterotrófica da origem da vida sem confrontar o criacionismo, que é um valor religioso? É evidente, portanto, que a transmissão do conhecimento encontrara grandes obstáculos. Além disso, os debates, as discussões e as exposições de vertentes de pensamento distintos são elementos primordiais para a construção do conhecimento e da cidadania. À medida em que opiniões diversas são postas à observação e à reflexão, cria-se nos alunos, ao contrário da doutrinação, a capacidade de pensar, criticar e criar seu próprio posicionamento e, assim, reconhecer o real papel de um cidadão na sociedade. Logo, impedir a manutenção de meios fundamentais para a formação dos estudantes é cercear o conhecimento e a cidadania. Diante disso, para que o projeto “Escolas sem partido” não comprometa o futuro da educação do pais, é primordial que ele não seja aprovado. Para isso é preciso que os estudantes, em parceria com as escolas, façam manifestações tanto nas redes sociais, quanto nas ruas a fim de mobilizar a sociedade, chamar a atenção dos políticos e alertar para as catástrofes que serão geradas com aprovação da lei. Ainda, é necessário que organizações não governamentais, com cunho em educação e cidadania, movimente a bandeira contra a medida, isso com o objetivo de reforçar a insatisfação social e os danos que serão causados à sociedade. Só assim a educação brasileira terá rumos positivos assegurados e garantira aos alunos conhecimento de qualidade. Pois como já disse o filosofo Immanuel Kant, “o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”.