O acirramento do debate político entre grupos de esquerda e direita nos dias atuais, é reflexo de quase catorze anos de partidos de esquerda no poder. Um dos produtos deste debate, é o consenso conservador de que exista uma doutrinação de esquerda enraizada na cultura, na política, na religião e nas escolas. A educação não pode ser vítima de um enfrentamento criado a partir de uma paranoia coletiva, que afirma existir doutrinação marxista nas escolas. É bem verdade que este mecanismo é utilizado nos dias atuais, como na Coréia do Norte, onde o acesso ao conhecimento que não seja de interesse do regime é completamente inacessível pelo seu povo, mas este tipo de doutrinação, não sobrevive num regime democrático, e mesmo que exista de forma pontual, é de difícil implementação e controle, haja vista o crescente número de pessoas com acesso à internet e o bombardeio diário de informações de diversos meios de comunicação. A escola não possui partido algum, sendo assim, toda causa que peça por isto é uma causa inócua. A escola é um lugar de construção do senso crítico, e seus alunos não passariam de verdadeiros depósitos de informações sem nexo, caso os professores não emitissem parecer ou não fizessem uma análise dos acontecimentos históricos, da produção de conhecimento científico ou até mesmo da geopolítica mundial e seus reflexos na economia. O Ministério da educação tem o dever de orientar a sociedade sobre o papel das escolas na construção do senso crítico dos alunos por meio de propagação maciça nas redes sociais e na televisão. Os alunos devem saber refletir sobre a informação e fatos históricos e não meramente aprendê-los, sendo assim, é de extrema importância aumentar a carga horária de disciplinas como filosofia, sociologia e história, além de incentivar o professor dessas disciplinas por meio de uma remuneração digna. Os estudantes devem se mobilizar e resistir contra o movimento “Escola Sem Partido” estimulando o debate dentro de casa e na própria escola, e defendendo o papel da escola na redes sociais.