Título da redação:

Educação pública: um sistema em crise

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 28/09/2016

Este ano, foi apresentado na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei Escola sem Partido, o qual pretende proibir a doutrinação de alunos em escolas públicas, ou seja, impedir que professores exponham suas opiniões pessoais ou estimulem seus alunos a adotarem determinada ideologia. No entanto, apesar da polêmica em torno do projeto, será que medidas como essa levam, realmente, em conta a realidade da educação pública no Brasil? Em primeiro lugar, o projeto de lei em questão não se preocupa em definir o que é ou não doutrinação em uma sala de aula, além de estabelecer punições rígidas aos professores que, supostamente, burlarem a lei, abrindo assim uma margem considerável para condenações injustas. Também há o risco, se for posto em prática, do efeito inverso, invés de garantir o aprendizado democrático dos alunos, apenas limitar a compreensão do conteúdo ministrado em sala de aula. Em segundo lugar, é preciso levar em conta o atual cenário da educação pública no Brasil, no qual a maioria dos professores encontram dificuldade para ensinar o básico a seus alunos, pois precisam lidar, muitas vezes, com escolas sem estrutura, baixos salários e uma pesada carga horária. Ainda existe a falta de profissionais no mercado, a qual segundo uma pesquisa deste ano do Ministério da Educação, só tende a aumentar, já que, atualmente, apenas 2% dos jovens brasileiros pretendem fazer licenciatura ou pedagogia, isso sem levar em consideração que a evasão desses cursos é de 50%. Dado o exposto, é possível perceber que projetos de lei como, o Escola sem partido, não levam em conta a realidade da educação pública, por mais que o problema apontado pelo projeto tenha seu nível de relevância, há problemas mais urgentes a serem resolvidos. Diante disso, um possível primeiro passo para tentar contornar os rumos da educação brasileira seria uma reestruturação na carreira docente, a fim de evitar uma escassez ainda maior de profissionais no mercado e um possível colapso do sistema.