Título da redação:

Atentado do pensamento retrógrado à educação

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 16/09/2016

O “Escola sem Partido” é um projeto, acima de tudo, político que se camufla por trás da ideia de educação. Tal projeto luta por uma educação neutra, livre de qualquer posicionamento político por parte do professor que possa acarretar, posteriormente, em doutrinação. A neutralidade fora um tema abordado por filósofos como Descartes, Nietzsche, Adorno e Foucault e sabemos que não existe o “neutro”, tudo é social; fruto de conflito e poder. Uma vez em que um projeto como esse é colocado em pauta, é evidente o interesse políticos de grupos que, com a ascensão da oposição, se vêem obrigados a auto-afirmar seu poder. O cidadão brasileiro tem –em tese– direito à educação, esta que vem sendo comprometida, já que as decisões técnicas são negadas em detrimento de decisões morais. O “Escola sem Partido” defende os valores e morais da família brasileira, estes que não possuem mais suas posições de “dogmas” devido ao acesso à inúmeras informações e consequentemente, a valorização do pensamento crítico dos alunos. A liberdade de expressão na sala de aula é negada num cenário onde ideias e possibilidades deveriam ser incentivadas. Como já disse Paulo Freire, o aluno precisa de condições favoráveis para criar meios para sua produção de conhecimento e sua construção enquanto indivíduo, afinal, o professor não detém de todo conhecimento, e todos nós, enquanto pessoas, somos educadores. É preciso, portanto, desnaturalizar o conceito de neutralidade tão defendido por tal projeto, para perceber o retrocesso que o Escola sem Partido traria não apenas à educação, mas à sociedade brasileira. A mídia, enquanto veículo de divulgação de informação, através de jornais virtuais, por exemplo, possui papel fundamental para conscientizar a população. O Escola sem Partido é fruto do pensamento conservador que tira a liberdade, tão recente no Brasil, de alunos e professores.