No atual contexto brasileiro a liberdade de expressão do professor na sala de aula tem sido alvo de críticas de diversos setores sociais, pois há um grande temor de que a opinião desses profissionais possam influenciar na visão política dos jovens. Porém tal medo é infundado, já que é o senso crítico de quem leciona tornará os alunos brasileiros indivíduos críticos e alfabetizados políticos. Um ponto a ser analisado é que os estudantes precisam conhecer o lado oposto de sua opinião para ter a oportunidade de confirmar suas hipóteses e poder partilhá-la no futuro de maneira mais concisa e coesa para outras pessoas. Assim como ocorre na Alegoria da Caverna de Platão, onde o prisioneiro passa anos no escuro de uma gruta até que sai e conhece o mundo real. Outro ponto a ser analisado é que a identificação de ideias entre educador e educando pode resultar em grandes projetos, já que grandes filósofos puderam deixar seu legado porque tiveram um diálogo aberto com o orientador, como ocorreu com Sócrates e Platão. Este aperfeiçoou a ideia do primeiro, pois conhecia seus pontos de vista, que na época não agradavam a todos, mas interessou ao jovem pensador, o qual escreveu várias obras de sucesso, como “Diálogos Socráticos” e “A República”. De forma a se perceber, a demonstração de opinião é algo fundamental para a construção psíquica e intelectual do ser humano. Portanto o professor deve sim demonstrar sua percepção de mundo em sala de aula, porém não deve deixar de ouvir outras opiniões. Outrossim no ambiente escolar é essencial o estímulo ao respeito dos jovens em relação às diferenças, porquanto pode-se aprender muito com elas e agregá-las às próprias visões sociais e políticas.