Os avanços na área de saúde impulsionados pela descoberta da penicilina, no ano 1928, contribuíram para o aumento da expectativa de vida da população mundial. No Brasil, esse fato é inerente a quantidade volumosa de idosos, realidade a qual o país está passando e traz uma série de preocupações no âmbito físico e jurídico. Alguns acreditam que o acréscimo do número de idosos poderá criar problemas na arrecadação de impostos, situação tão preocupante quanto a negligência que muitos deles sofrem diariamente pelo Estado e pela sociedade. A discrepância do montante arrecadado de tributos ao valor pago pelas aposentadorias evidencia um rombo na previdência social. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que nas próximas décadas a porção de idosos superará a de jovens com até 29 anos. Diante disso, percebe-se um alargamento no topo da pirâmide etária, em que as aposentadorias crescem muito além da capacidade da população economicamente ativa supri-las, demonstrando uma conta que não fecha e tenderá a problemas nos próximos anos. Em contra partida, observa-se outro fator preocupante em relação aos idosos, muitos deles são menosprezados e deixados de lado por aqueles que deveriam garantir seu bem estar. Existem inúmeros casos de famílias que , por comodidade, internam seus progenitores em asilos e fazem da visita fato raro, aumentando consideravelmente o sentimento de abandono desses seres. Frequentemente vemos pessoas que desrespeitam os assentos preferenciais em transportes públicos e por vezes fingem-se um sono tão profundo quanto sua ignorância. Além disso, observa-se um verdadeiro descaso na saúde, se por uma lado há uma escassez de médicos geriatras, por outro acumulam-se casos de erros e de maus tratos. O envelhecimento dos cidadãos brasileiros é uma realidade. Assim sendo, precisamos de medidas para que esse processo seja o mais confortável possível. Cabe ao governo atuar na reforma da previdência social, buscando um equilíbrio entre o valor das aposentadorias e a idade mínima necessária para o benefício. Além disso, o Estado deve atuar na estimulação de áreas médicas menos atrativas, como o caso da geriatria, ampliando o valor de bolsas e o número de vagas em residências. Outro setor importante é a mídia, que por meio de filmes, novelas e campanhas publicitárias poderá mostrar a forma correta de como a sociedade deve tratar os idosos, a fim de que se abra uma reflexão nas famílias e a médio e longo prazo diminua os casos de negligência sofrida por eles.