Altas taxas de expectativa de vida aliadas aos baixos índices de natalidade contribuem para tornar o Brasil um país idoso. Segundo Jean-Baptiste Alphonse, jornalista francês, “não honrar a velhice é demolir a casa que vamos dormir à noite”, essa análise deve servir como base para a criação de novas políticas visando melhorar as condições de vida do idoso, afinal, todos almejam atingir a fase madura da vida. Assim, é necessário que novos olhares se voltem para a camada mais velha da população, rompendo estigmas e ampliando sua participação. Para cuidar do nosso futuro lar, primeiramente, é preciso desconstruir a imagem que se tem do idoso, frequentemente associada a incapacidade funcional e cognitiva. A experiência adquirida com os anos pode ser aproveitada pelo mercado de trabalho, os absorvendo em funções que se adequem às suas condições e com menores cargas horárias. Dessa maneira, o sentimento de inutilidade que assola a população idosa pode dar lugar a uma mão de obra ativa e capaz de suprir o mercado. Além do mais, para nossa moradia ser confortável, ela deve ter todos os aparatos para uma boa vivência, o mesmo acontece com a vida do idoso, este necessita de lazer, alimentação, cidadania, dignidade, respeito e inclusão social. Entretanto, ocorre um descaso com os membros dessa classe, tanto por parte do poder público, quanto da comunidade, que acabam esquecendo da contribuição dada pelos mais velhos e os tornando alheios à sociedade. A organização de bailes, jogos, programas de inclusão digital e maior cuidado familiar podem reverter esse quadro. Portanto, idoso não pode ser visto como um “peso morto”, não podemos demolir nossa futura casa e sim construí-la, fazendo com que esta não apenas sirva de abrigo e proteção, mas que seja digna. Para fundamentar esta construção, existe o Estatuto do Idoso e este deve ser divulgado à toda a população com palestras, campanhas publicitárias ou ficções engajadas. A velhice é apenas uma fase da vida e, como qualquer outra, pode ser aproveitada o melhor possível.