A pirâmide etária da população brasileira mostra, já há algumas décadas, o progressivo afunilamento da base e o alargamento do topo, o que é típico de países em desenvolvimento, e caracteriza a 3ª fase da transição demográfica. Tal situação representa um elevado número de idosos, uma alta expectativa de vida, bem como a menor taxa de natalidade. Diante disso, a configuração da sociedade está sendo alterada, e com isso, algumas medidas precisam ser tomadas. Em primeiro lugar, é importante ressaltar o papel da mulher frente a essas mudanças. Com sua inserção no mercado de trabalho, bem como com a conscientização das despesas que um filho traz, os casais estão tendo menos filhos e mais tardiamente, visto também que, nos grandes centros, os custos relacionados a educação, saúde e lazer são cada vez maiores. Consequentemente, o número de jovens tende a diminuir. O afunilamento da base da pirâmide etária, a médio prazo, representa a expressiva diminuição da população economicamente ativa (PEA), a qual constitui os indivíduos que trabalham, e por isso, movimentam a economia. Devido a isso, países desenvolvidos, como os europeus, já sofrem com a falta de mão de obra especializada, assim muitas empresas já precisam recorrer aos idosos, convidando-os para voltarem a ativa. Além disso, é preciso perceber, também, que a ampliação da população idosa preocupa a esfera pública na medida em que os custos com a previdência aumentam. Uma vez que o dinheiro que abastece esses fundos vem da contribuição de jovens e adultos para com sua futura aposentadoria, e essa parcela é progressivamente reduzida, brevemente haverá um maior gasto do governo no setor. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de o governo promover políticas que incentivem a natalidade, através de melhorias infraestruturais, e de acesso à saúde e educação de qualidade. Esse pode também, por meio de projetos previdenciários, criar fundos de reserva que garantam o benefício financeiro para os futuros aposentados. Apenas pensando nas “duas pontas” da pirâmide, será possível equalizar as diferenças de forma que não haja prejuízos econômicos e sociais.