O escritor Machado de Assis, no início do século XX, descrevia seus personagens “velhos de 50 anos” como se estivessem já no fim de suas vidas, isso porque a expectativa de vida da população era baixa. Essa realidade não pertence mais a sociedade brasileira contemporânea, pois os idosos estão vivendo mais, e nesse contexto surgem impasses principalmente na infraestrutura e nas políticas de assistencialismo. Além disso, podemos afirmar que os idosos passaram a viver mais a partir dos anos 1960, pois foi nesse período, no governo de Juscelino Kubitschek, que o Brasil, aliado a Revolução Industrial, iniciou um processo de modificação nos costumes da sociedade. Em síntese, houve melhorias na qualidade de vida da população, tal qual, acesso à água tratada, redes de saneamento básico, higiene, serviços de vacinação e saúde. Foi nesse período também, com o uso de preservativos e pílulas, que a taxa de natalidade e mortalidade diminuiu, como consequência houve um equilíbrio na pirâmide etária entre jovens e idosos nos dias de hoje. No entanto, pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a população idosa ultrapassará nos próximos anos a população economicamente ativa do país. Porém, o Brasil não possui estrutura para promover o bem estar e o assistencialismo a esses indivíduos, pois além do péssimo estágio da saúde pública há também a defasagem na infraestrutura e na segurança nacional que não permite nem mesmo a população mais envelhecida a andar nas ruas. Em decorrência disso, cabe ao governo federal e ao terceiro setor – composto por associações que visam melhorias na sociedade – a tarefa de propor mudanças para a realidade brasileira. Nesse sentido, alterações na Constituição Federal do Brasil são válidas e necessárias desde que respeite o Estatuto do Idoso. Além disso, as alterações devem envolver a população, buscando um consenso social por meio de intensas discussões. Somado a isso, o Estado deve promover o bem estar da população idosa, envolvendo-os em projetos e políticas publicas que os incentivem a estudar e participar de projetos sociais.