Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 14/07/2017

“...a educação é compreendida como processo de formar cidadãos que respeitem às várias dimensões humanas e sociais sem preconceitos e discriminações”, disse a Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, a composição quase homogenia do Congresso Nacional simplifica debates como o relativo às questões de gênero o qual deveria basear-se em estudos objetivos e nas perspectivas de distintos grupos sociais. Além disso, o modo como setores conservadores da sociedade veem a atuação das escolas, em geral, desprovido de bom senso crítico junto a princípios religiosos, pode limitar o processo de formação dos jovens brasileiros. Como supracitado, para uma parcela das famílias brasileiras a discussão sobre gênero e sexualidade proposta no ambiente escolar faz parte de um processo de doutrinação o qual tende a ameaçar seus valores tradicionais. Segundo a pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo, um dos argumentos contrários a manutenção do termo ‘gênero’ nos Planos Estaduais de Educação é que “Não é papel da escola, e sim da família, dar orientação sexual e moral às crianças e jovens, que não teriam capacidade crítica para analisar o tema.” O conceito de doutrinação implica um “dever” o qual não faz parte da proposta de ensino escolar brasileira. O papel das instituições de ensino é, justamente, informar os futuros cidadãos a fim de que estes possuam a capacidade de avaliar criticamente todos os fatos e assumir uma postura coerente com seus princípios e, simultaneamente, viável a um bom convívio social. Diante disso, a atuação do grupo de congressistas nacionais – liderados pela “bancada evangélica” não é benéfica para a sociedade, pois, além de fomentar as crenças anteriormente citadas, baseiam-se nos valores de um grupo homogêneo e conservador o qual não concede o devido valor aos estudos objetivos com argumentação contrária a de tal setor. Ainda de acordo com a Folha de são Paulo, em Minas, o Deputado Estadual Leandro Genaro disse que “a ideologia de gênero é uma praga que veio do marxismo, passa pelo feminismo e visa destruir a família tal qual nós a conhecemos.” As palavras de tal congressista e as ações do grupo ao qual pertence, além de demonstrar desconhecimento sobre o tema, limita a capacidade intelectual dos jovens ao, na prática, incentivar a ignorância perante à diversidade de pensamentos. Portanto, Organizações Não-Governamentais como o Instituto Elos – voltado aos interesses da comunidade LGBT – podem atuar no esclarecimento da nação, por meio de campanhas publicitárias sobre a importância de eleger candidatos com diferentes propostas e formações profissionais; com a finalidade de tornar o debate mais rico e com a representação de diversos grupos sociais. Ademais, pode ser eficaz a promoção, por parte das escolas, de palestras trimestrais abertas à comunidade próxima, a fim de esclarecer as famílias sobre tais assuntos e também discutir a importância da instrução escolar na formação de uma sociedade plural e pacífica.