Ambientada em uma penitenciária feminina estadunidense, a série Orange is the new black trata de temas como gênero e diversidade sexual. Fora das telas, tais assuntos são uma realidade e estão entre as questões mais debatidas na conjuntura atual. Nesse contexto, é necessário que a escola, como agente construtora da cidadania e modificadora de paradigmas sociais, ensine o indivíduo a conviver com tais temas. Primeiramente, é valido analisar as opiniões daqueles contrários ao ensino de gênero e diversidade na escola. Para alguns, o debate do tema no ambiente escolar consiste em uma doutrinação que pretende direcionar os alunos à determinados partidos e ideologias políticas. Contudo, é importante lembrar que tais questões não estão diretamente relacionadas ao viés político. Já que, o principal objetivo de se discutir sobre elas é ressaltar a importância do respeito às liberdades individuais , as quais são asseguradas pela Constituição federal, e preparar os estudantes para viver em um mundo em transformação. Ademais, é importante ressaltar o papel fundamental que a escola exerce na transformação social. Muito além do que ensinar as áreas regulares do conhecimento, é papel da escola criar as bases necessárias à formação de um cidadão ciente da realidade em que vive e do seu papel na correção dos problemas que ela apresenta. Dessa maneira, quando ensina-se o respeito à diversidade, é estabelecido um ambiente favorável à diminuição dos preconceitos e principalmente dos altíssimos índices de agressões contra gays, lésbicas e transgêneros. Paulo Freire, um dos grandes nomes em se tratando de educação, já falava sobre esse papel da escola em uma das suas célebres frases: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Fica evidente, portanto, o papel da escola na construção de um cidadão consciente, que saiba conviver com essas questões. Assim, cabe ao Ministério da Educação, preparar uma grade curricular que, cuidadosamente, aborde as questões de gênero e diversidade, através da construção de materiais elucidativos, preparados por pedagogos, que dialoguem com o aluno adaptando-se à sua faixa etária, para que assim o ensine a importância do respeito às diferenças. Assim como, cabe à família auxiliar a escola nesse processo de construção do ideal de respeito, através do diálogo franco e contínuo, para que as crianças aprendam a aplicar o que aprenderam na sala de aula ao seu convívio social.