Há quem acredite que discutir sobre gênero e diversidade sexual nas escolas seja doutrinação. No entanto, é preciso perceber a importância da Escolas e as mudanças na sociedade que ela pode causar. Desse modo, a integração da educação nessas discussões, embora seja fundamental, não é tão expressiva na atualidade. As instituições de ensino podem ajudar nas reflexões e transformações pelas quais a sociedade passa ao longo dos anos. Em um contexto de opressão, homofobia e violência; começar com mudanças nas Escolas não é apenas importante, mas primordial. No entanto, é fácil constatar a desvalorização do seu papel em nosso país. Essa falta de investimento e de prioridade reflete nos índices de desenvolvimento e de violência contra minorias, como negros, mulheres e homossexuais. Além disso, não permitir as discussões acerca da pluralidade sexual acaba fomentando mais intolerância e casos de violência. Se hoje já morrem pessoas por não serem do “padrão” tido como “correto”, então não há porque esperar mais para agir contra isso. Ademais, é certo que os atritos atuais são o reflexo da falta de debate na sociedade ao longo dos anos, e quanto esses forem efetivos, a sociedade ainda levará anos para minimizar as disputas. Desse modo, fica mais evidente que Pitágoras estava certo ao dizer que ao educar as crianças não será preciso castigar os adultos. Faz-se necessário, portanto, que o debate atinja toda a sociedade. É preciso que o Governo e Escola atuem juntos valorizando o ensino e as questões sociais, e não só a aprovação. Quanto à mídia, poderia em suas campanhas fazer a reafirmação dos valores de igualdade. Além disso, a Família deve ensinar o respeito a fim de, no futuro, não se precise enxergar o outro com indiferença, e quanto mais tempo essas mudanças demorem a acontecer, mais tempo levará para elas diminuírem da realidade diária de muitos.