Em janeiro do ano de 2017, a população brasileira testemunhou o chocante caso de um jovem que, por ser gay, foi assassinado pela mãe e pelo padrasto em uma emboscada calculadamente planejada. Apesar de esta ter sido uma situação aterrorizante para a maior parte da população, a violência, aliada à discriminação, contra a comunidade LGBT se encontra cada vez mais presente no Brasil. Isso se deve ao fato de a questão do gênero e diversidade sexual não ser debatida, de maneira efetiva, nas salas de aula, o que fomenta a intolerância. Segundo o filósofo Thommas Hobbes, a mente humana é uma folha em branco (tábula rasa), sendo preenchida pela experiência. Esse pensamento se aplica, também, na análise do porquê de a sociedade brasileira, no geral, ser tão preconceitosa com homossexuais, bissexuais e transgêneros. A questao do respeito à diversidade é relativamente pouco debatida nas escolas, e, muito menos, dentro de casa, além de grande parte das famílias brasileiras ser ultraconservadora, pregando que pessoas as quais não são heterossexuais e cisgêneras não mereçam ser toleradas. Assim, formam-se indivíduos preconceituosos, os quais, provavelmente, irão oprimir pessoas que possuem uma filosofia e/ou uma conduta moral diferente. De acordo com o educador Paulo Freire, a função da escola é formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Contudo, ao se desprezar o debate sobre gênero e diversidade sexual, considerado-o, muitas vezes, de caráter doutrinário, tal papel não tem sido cumprido de maneira efetiva. Dialogar sobre o respeito e a inclusão da comunidade LGBT é essencial, pois essa é uma questão de cidadania, não devendo se misturar com conceitos religiosos e/ou conservadores. A educação precisa cumprir a parte que lhe corresponde na formação de um país mais respeitoso e inclusivo, algo que ainda não tem sido feito no Brasil. Pode-se, portanto, perceber que o ensaio sobre gênero e diversidade sexual nas escolas é uma necessidade do Brasil contemporâneo. Dessarte, cabe ao setor educacional, com auxílio do âmbito familiar e apoio financeiro por parte do Governo, promover campanhas de combate ao preconceito e em prol da aceitação e inclusão do grupo LGBT à sociedade. Isso deve ser feito por meio de palestras nas escolas com especialistas no assunto, que tenham experiência com o público jovem, os quais explicarão, de forma simples e objetiva, as diferenças de gênero e sexualidade, esclarecendo todas as dúvidas. Além disso, devem ser feitas, nos colégios, rodas de debate com alunos, pais e professores, nas quais serão postas em pauta questões como tolerância , aceitação e respeito às diferenças, inclusive, dentro dos lares. Dessa maneira, caminharemos a favor do progresso da sociedade brasileira, quebrando tabus que já deveriam ser inexistentes.