Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 20/11/2016

Como dizia Rubem Alves: “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”. Diante disso, o ambiente escolar, em vez de ser um fator de união daqueles que vivem excluídos, tem funcionado como ferramenta de segregação social e aprisionamento de manifestações sexuais, até porque algumas instituições escolares doutrinam os jovens a praticarem ações intolerantes. Logo, a honra e a liberdade, que são supostamente defendidos pela constituição brasileira, não são inerentes a todos os gêneros. A priori, é necessário destacar que essa intolerância é derivada da incapacidade das pessoas desfazerem-se das influências heteronômicas dentro das escolas. Nessa perspectiva, em sua obra “Resposta à pergunta: O que é esclarecimento?”, Immanuel Kant relata que esclarecer é a saída do indivíduo de sua minoridade, isto é, se servir de seu próprio entendimento sem a tutela do outro. Dessa maneira, os homossexuais, por conseguirem sua maioridade, mesmo jovens dentro do ambiente escolar, são alvos de juízos de valores de crianças e adolescentes que ainda não desenvolveram sua autonomia e, por isso, elas são produtos do meio: como implica o determinismo de Taine. Ademais, é imprescindível mencionar, analogamente, que a falha na racionalidade promovida pela educação dentro do núcleo escolar é motivo de intolerância à diversidade de gêneros. Nesse sentido, Bauman ressalta, em seu livro “Modernidade Líquida”, que as diferenças nascem quando a razão não está inteiramente desperta ou voltou a adormecer. Desse modo, devido à irracionalidade acentuada nos jovens, o pensamento abstrato, que inibe as diferenças ideológicas entre as pessoas, fica drasticamente prejudicado. Assim, o preconceito gera a intolerância e o medo promove segregação sexual dentro das escolas. Fica evidente, portanto, que assim como corroborava Rubem Alves, há escolas que são gaiolas e, por conseguinte, impedem que manifestações sexuais sejam aceitas. Para que todas se tornem asas, é imprescindível que as câmeras dos vereadores disponham no Plano Municipal de Educação discussões relativas aos gêneros dentro das escolas. Além disso, assiste ao Ministério da Educação qualificar os profissionais, por meio do Plano Nacional de Formação de Professores, a fim de desenvolver a racionalidade das crianças e adolescentes por meio de tal debate. Só assim, o núcleo escolar deixará de aprisionar e passará a ser motivador de tolerância à diversidade de gêneros.