Título da redação:

Menos preconceito ou desrespeito aos princípios familiares?

Tema de redação: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 22/02/2017

Desde o século XX, movimentos sociais lutam em busca de uma sociedade sem padrões e preconceitos. Como consequência da liberdade obtida por meio dessas manifestações, o ser humano mostra-se cada vez mais pluralizado. Nos últimos anos, com a ascendência do movimento LGBT+, o ''T'' do grupo, que representa a classe dos transsexuais, vem ganhando mais espaço na discussão popular. O que causa divergência é que, enquanto uns acham absolutamente normal você não se identificar com o gênero de seu nascimento, outros pensam que absurdo é achar que você pode escolher entre o masculino e feminino desconsiderando fatores biológicos, uns por motivações religiosas, e outros por acreditar que mulher é quem tem útero, e homem é quem tem pênis. Dentro dos limites da lei, todos têm direito a viver a vida como quer, porém, há momentos em que o assunto torna-se presente por toda a sociedade, como exemplo o ensino ou não de ideologia de gênero nas escolas. A maior parte dos conhecimentos de uma criança, é adquirida na escola. Português e matemática já provaram ser fundamentais para a formação acadêmica, mas, há muitos outros assuntos que ouvimos nas salas de aula. A maioria das escolas ensinam às crianças que não se deve praticar nenhum tipo de preconceito e que não é errado ser diferente. Mas, nem todos os pais concordam com as diversidades da sociedade, preferem educar seus filhos com valores mais conservadores e não querem que ensinem aos seus filhos que é normal se identificar com o gênero oposto. Se não vivêssemos em uma sociedade democrática e laica, onde todos têm o direito de livre escolha e discriminar os outros é crime, seria conveniente deixar que cada um eduque seus filhos como bem entender, mas, como uma criança com educação conservadora irá viver em sociedade com alguém que foge do que é certo segundo sua criação? Os pais não devem ter o direito de escolher quais valores passar aos seus filhos? A ideologia de gênero na infância é mesmo necessária e aceita pelos responsáveis das crianças? Há muitas questões que podem ser consideradas. O Ministério da Educação já disponibilizou cartilhas para as escolas que abordam o tema, mesmo que o impasse ainda não tenha sido resolvido. Vários pais já manifestaram na internet total repúdio aos livros que ensinam crianças de seis a dez anos informações sobre relações sexuais, sejam elas homo ou heterossexuais; crianças que se identificam com o gênero oposto; homossexualidade na infância, entre outros assuntos. Os pais se mostraram indignados e invadidos. Em uma dessas cartilhas, havia uma criança de vestido, e na região íntima, um espaço para as crianças colocarem o dedo e simularem um pênis, essa cartilha foi distribuída para crianças a partir de seis anos. Nós não podemos abrir mão da liberdade individual de cada pai e mãe, porém, não podemos ter a falsa impressão de que as crianças viverão futuramente segregadas por ideologia. O MEC não pode ignorar a liberdade de quem não quer que seu (a) filho (a) saiba aos sete anos que pode deixar de ser menino (a) e virar menina (o). Mas, criar crianças com pensamentos retrógrados e ''quadrados'', certamente resultará em uma futura sociedade preconceituosa. Segundo Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele, ou seja, a sociedade do futuro será o reflexo do que é ensinado para as crianças de hoje. Há maneiras de ensiná-las que não há nada de errado em ser diferente sem mostrar de forma explícita uma menina com um ''pênis feito com dedo''. A tarefa de explicar sexualidade e gênero às crianças deve ser dos pais, para que na escola, seja apenas enfatizado que o ser humano é complexo e diverso, e que nunca devemos desrespeitar alguém por ter algo diferente. Convocar os pais aos debates também é interessante, dar voz a quem é contra, e quem é a favor. Tentar deixar a educação básica o mais neutra possível, sem doutrinação ou crenças individuais. Investir na preparação dos professores em como deve ser feita abordagem para com as crianças, mostrando-as que cada um leva a vida de uma forma, sem, necessariamente, especificar cada uma delas. Ademais, os princípios e valores de cada um devem ser respeitados, desde que isso não resulte numa geração preconceituosa e que não saiba lidar com coisas novas. As crianças sempre irão aprender mais do que matemática e português nas escolas, portanto o debate mostra-se extremamente necessário, para ensiná-las a diversidade, sem tirar dos pais a confiança de que os centros educacionais não serão grandes locais de doutrinação político-ideológicas. **sei que está grande, mas comente o que acharam e me ajudem a melhorar *** ***ainda estou no 1° médio***