Título da redação:

Gênero e diversidade sexual nas escolas: base de uma sociedade menos preconceituosa

Tema de redação: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 07/04/2017

No Reino Unido, um garoto de apenas 5 anos fora barrado na porta da escola ao ir fantasiado de princesa e ofendido por não usar vestes de acordo com o seu gênero, segundo a opnião dos próprios professores. Infelizmente, situações como essa se mostram frequentes e não surgem apenas nas escolas, elas se alimentam por meio da construção de estereótipos padronizados pela sociedade. Em virtude disso, muito se têm discutido à respeito da inclusão da educação de gênero e sexualidade nas instituições de ensino tendo em vista que é o local onde ocorre a primeira experiência das crianças em sociedade: aprendem entender, respeitar e conviver com as diferenças. Primeiramente, vale lembrar que a educação escolar serve de auxílio à formação da personalidade do sujeito, ou seja, nesse ambiente é que ocorre o primeiro contato com a liberdade de expressão. Se em uma escola, por exemplo, existir a distinção entre brincadeiras julgadas femininas, bem como masculinas, será formado o campo perfeito para a proliferação de atos violentos e preconceituosos contra aqueles alunos que se sentem mais confortáveis ao brincar de boneca, ou meninas que preferem jogar futebol. Diante disso, torna-se imprescindível a preparação físico-psicológica dos educadores perante tais situações, a fim de desmistificar quaisquer tipos de padronizações de gênero na busca de uma sociedade cada vez menos rígida e conservadora. Para o filósofo Durkheim, a educação é a socialização da jovem geração pela geração adulta. Ao seguir essa linha de pensamento, a importância da intervenção escolar no esclarecimento das diversas dúvidas surgidas ao longo do processo de amadurecimento de uma criança mostra-se indiscutível e necessária. Dessa forma, discutir questões de sexualidade, como homofobia, transsexualidade, bissexualismo não fará com que os alunos pensem que devem trocar de gênero - grande receio de alguns pais. Na realidade, para alguns, essas discussões auxiliarão no problema da auto aceitação, amor próprio e na busca pela auto-estima, e para outros mostrará o quanto é importante entender, respeitar e conviver com as diferenças desde cedo. Fica claro, portanto, que os debates sobre sexualidade e diversidade de gênero devem, sim, ser levados em consideração nas instituições de ensino, não que elas devam ser perseguidas por essa tarefa, já que servirão como instrutoras aos pais diante do desenvolvimento físico, moral e psicológico das crianças. Além do mais, órgãos como o Ministério da Educação aliado ao Conselho Nacional de Educação poderiam dar suporte aos professores por meio de materiais específicos ao estudo e compreensão das diferenças entre gênero e sexualidade tendo em vista o preparo necessário desses profissionais. Ao tratarem de diferenças, as escolas criam, sobretudo, uma sociedade com base no respeito, união e livre de preconceitos os quais ferem a dignidade de qualquer indivíduos.