''Vais encontrar o mundo... coragem para luta, disse-me meu pai''. Tal fragmento do livro O Ateneu, Raul Pompeia, retrata as dificuldades vividas pelo personagem Sérgio ao ser colocado no internato Ateneu. No enredo, Sérgio movido pelo medo e pressão, sobretudo ideológica, submete-se aos alunos mais fortes. De fato, saindo dessa ficção, essa radiografia se contemporiza, uma vez que a temática do gênero causa os mesmos sentimentos de pressão e medo a determinados grupos. Ora, pertencer a um sexo, não é sinônimo de conforto e aceitação do mesmo. Nessa óptica, há um caminho para a segregação do ponto de vista educacional. Jovens e crianças ao depararem-se com um estilo de vida diferente do qual a sua ''conduta'' sexual lhes impõe, tal minoria não se sente pertencente a sociedade, consequenciando-se, na evasão escolar- tão amplificada nos dias atuais. Reflexo desse dilema, a UNESCO-Organização das nações unidas para Educação, a ciência e cultura no Brasil, recomendou-se o aprofundamento do debate sobre sexualidade e gênero, contribuindo assim rumo a uma educação mais inclusiva e equitária. Logo, é evidente uma tendência restritiva no universo educacional sobre a difusão do gênero, Contribui para o processo, a cultura predominante do preconceito. Sob um olhar não abrangente á aqueles que ditos com ''comportamento diferente'' do que é considerado padrões normais pela sociedade, os mesmos padecem em relação a escolha de seu gênero- tido como uma construção social. O espódio do garoto Alex, morto em 2014 pelo próprio pai, no Rio de Janeiro, por gostar de lavar louça e dançar( jornal O Globo), contitui-se de um sistema social pairado no preconceito. Nesse sentido, a instituição familiar deve cumprir o seu papel: o de zelar pela liberdade dos seus indivíduos, em aceita-los da maneira que optam. Torna-se evidente, portanto, a temática do gênero frente a escola, um passo viável ao enfrentamento das mazelas da desigualdade. Para tanto, é papel da família o respeito ás questões de diversidade, em relação a criação da sua prole, a fim de que esses também reproduzam tais valores. A escola, fornecer oficinas com jovens e crianças mostrando a vulnerabilidade social os quais alguns integrantes passam por conta da aversão aos respectivos gêneros escolhidos. Dessa forma, haverá mais aceitação, pois como apregoava Gandhi ''O futuro dependerá daquilo que fizermos no presente''.