Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ensino domiciliar em questão no Brasil

Redação enviada em 14/06/2019

Em meados da década de 1970, o autor norte-americano John Holt, defensor do ideal da desescolarização, deu origem a um movimento de reforma educacional, que buscava a humanização dos processos de ensino. Com o passar do tempo, vários países reconhecidos por seus excelentes sistemas educacionais passaram a permitir a prática da educação domiciliar. Entretanto, o crescente número de famílias brasileiras adeptas a esse modelo de ensino deve-se, sobretudo, pelo ensino deficiente ofertado pelo Estado, pela insegurança nas escolas e também por motivos de cunho religioso. Movido pela crença de que as escolas deveriam ser mais humanizada se menos formais, John Holt revolucionou o ensino ao propagar a ideia de que o aprendizado infantil deveria ocorrer em ambientes repletos de estímulos, nos quais os alunos pudessem aprender de acordo com as experiências vividas, potencializando seu desenvolvimento. Seguindo esse raciocínio, países como Alemanha, Japão e Suíça permitem o ensino em casa, sob a supervisão periódica das secretarias de educação, garantindo às famílias as condições adequadas para que eduquem seus filhos corretamente. Contudo, segundo a ANED (Associação Nacional de Educação Domiciliar), no Brasil a situação é bem diferente, uma vez que muitas famílias optam pela educação domiciliar em função das condições precárias das escolas públicas, além da crescente onda de violência que assola as instituições. Complementarmente, uma parte das famílias, em especial as cristãs, querem evitar que seus filhos sejam expostos a temas como as teorias evolucionistas de Darwin e a ideologia de gênero, frequentemente abordados na rotina escolar, diz Mariza Abreu, consultora pedagógica da iniciativa ‘Todos Pela Educação’. Todavia, existem situações nas quais o homeschooling (ensino domiciliar), têm seus benefícios, esses claramente exibidos no filme ‘Extraordinário’, que retrata os desafios e preconceitos vividos por alunos portadores de necessidades especiais. Nesse sentido, as famílias que têm condições buscam ofertar aos seus filhos o ensino doméstico, buscando protegê-los do bullying e da inaptidão de muitas escolas públicas em receber, acolher e educar alunos com deficiência. Não obstante os claros benefícios em situações pontuais, a educação domiciliar não é permitida no Brasil devido às enormes dificuldades de controle de qualidade do ensino ofertado em casa, além de prejudicar a socialização infantil e promover uma educação que não atende as necessidades mínimas das crianças. Dito isso, torna-se evidente que a educação domiciliar no Brasil é nada mais do que uma alternativa ao evidente fracasso do sistema público educacional. Logo, para evitar que hajam maiores prejuízos ao desenvolvimento escolar no Brasil, pais, alunos e professores deverão organizar auditorias bimestrais para avaliar as condições de ensino nas escolas para identificar as necessidades de cada instituição e, assim, exigir melhorias às autoridades competentes. Para tanto, os pais deverão realizar vistorias nas instalações físicas, enquanto mestres e alunos deverão avaliar a qualidade do ensino ofertado e do material utilizado. Por fim, todas as informações coletadas deverão fazer parte de um relatório a ser enviado às secretarias de educação, cujo objetivo principal é a exigência das melhorias necessárias para um ensino de qualidade.