Ensino Domiciliar em Questão no Brasil Nos séculos passados, as sociedades nobres e burguesas tinham modelos de ensino predominantemente arraigados na educação domiciar. Dessa forma, os jovens eram ensinados por suas mães ou tutores, cenas muito presentes no clássico romance Anna Karienina de Liev Tolstoi, que tem como plano de fundo a alta aristocracia russa do século 18. No entanto, por mais que essa realidade pareça ser longínqua, o Brasil tem tido um grande crescimento no número de famílias que optam pelo ensino domiciar. Sendo assim, um dos principais e mais frequentes motivos para esse rompimento com as instituições escolares tem viés religioso. Esses pais e responsáveis optantes por essa abordagem acreditam que ao educar os filhos em casa, esses estão mais seguros de influências externas que possam desvia-los dos dogmas religiosos. Além disso, outros simpatizantes alegam um ceticismo no atual sistema educacional brasileiro, devido aos casos de falta de segurança em escolas, falta de infraestruturas e a baixa colocação do Brasil no ranking mundial de educação calculado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Isso e entre outros problemas os leva a crerem que em casa seja possível um ensino realmente produtivo e direcionado. No entanto, vale salientar que as escolas, além do objetivo de educar cientificamente, têm um relevante papel nos aspectos psíquicos do ser humano. A criança tem suas primeiras experiências com pessoas fora de sua bolha familiar no ambiente escolar e assim, desenvolvem aspectos psicológicos saudáveis e muito importantes para um bom convívio social, como a tolerância ao lidar com as diferenças, a independência e autoestima devido a capacitação de solucionar de problemas ao estar fora da zona de conforto e sem precisar dos pais. E por fim, tendo como base a filosofia empirista de John Locke, cuja ideia principal é de que a mente humana é uma tábula rasa necessitada de experiências para o aprendizado, conclui-se que apesar de o ensino domiciliar parecer ser uma boa alternativa para diversos pais brasileiros, a escola ainda prevalece como sendo o principal local a se ter experiências, principalmente na infância