O investimento brasileiro na energia nuclear teve inicio ainda no período militar, momento em que não havia tantas alternativas energéticas. Mas, ainda vale a pena investir nesse tipo de energia, frente a tantas outras fontes alternativas? Alguns países, como o Japão, sofrem de uma limitação geográfica, como a alta latitude e excesso de terrenos montanhosos, afunilando o acesso a fontes de energia. As altas latitudes diminuem a incidência solar e a captação dos ventos alísios, que acaba por se tornar um lugar inadequado para obtenção de energia através de fontes eólicas e solares, por exemplo. Já os terrenos demasiadamente montanhosos impossibilitam a construção de hidrelétricas, restando como uma das alternativas energéticas a fonte nuclear, em que a fissão do urânio enriquecido gera um lixo nuclear com tempo de meia vida de centenas de anos, propício a acidentes gravíssimos, como já testemunhados pelo próprio Japão. Diferentemente de alguns países do círculo de fogo do pacífico, o Brasil é um lugar geograficamente favorável a investimentos em diversas fontes de energia limpa e renovável. O nordeste brasileiro, por ser de baixa pressão, recebe os ventos de ambos os trópicos, favorável a instalações eólicas. O clima semiárido, como os da caatinga e cerrado, recebe grande incidência solar, justamente por sua proximidade com a linha do equador, tornando-se propicio as instalações de placas solares. Fontes de energia ainda em desenvolvimento, como a geotérmica e a mare motriz, que visam obter energia do calor liberado pela Terra, e da diferença de potencial do movimento das ondas, respectivamente, podem se tornar pioneiras no nosso país. Portanto, frente a tantas soluções, não se torna razoável investir hoje em uma fonte de energia potencialmente perigosa, como a nuclear. Logo, o incentivo a estudos de obtenção energética nas universidades deve aumentar, transformando o Brasil em uma vanguarda energética, através do desenvolvimento de fontes como a geotérmica, por exemplo. Já o Ministério das Relações Exteriores deve buscar parcerias com empresas privadas estrangeiras, no intuito de aplicarem suas tecnologias para obtenção e venda de energia limpa no nosso país. Dessa forma, estaremos caminhando para um Brasil mais seguro, limpo e renovável.