O Programa Nuclear Brasileiro é composto pelo chamado Complexo de Angra dos Reis, e é responsável por apenas três por cento da produção energética nacional. Regionalmente, porém, sua participação é muito maior: a energia nuclear corresponde a mais de um terço de toda a energia distribuída ao estado do Rio de Janeiro - e é a fonte de energia com maior estabilidade de distribuição. Com o título de "Maior Potencial Hídrico do Planeta", o conjunto de rios brasileiros tem sido a principal fonte geradora de energia elétrica no país. Utilizando fonte renovável e sem parcela de participação no aquecimento global, as grandiosas usinas hidrelétricas se tornaram as "meninas dos olhos" dos ambientalistas - acompanhadas pelos campos eólicos e biodigestores - e são hoje responsáveis por mais de três quartos de toda a energia gerada no país. No entanto, frente à crise ambiental mundial enfrentada, questiona-se a viabilidade e segurança de ter nossa geração de energia elétrica nas mãos da mãe natureza - como indicou o especialista em energia Guilherme Filippo sobre a interrupção do fornecimento de energia em algumas regiões do país em 2015, "o que levou ao corte energético também foi a falta de água". A energia nuclear tem ganhado popularidade e tem potencial para passar de "complemento" a protagonista da geração energética no país. Apesar do receio quanto aos resíduos radioativos gerados pela usina, a energia nuclear não é dependente do ciclo imprevisível da natureza, ou seja, não é afetada pelas adversidades climáticas. Além disso, o Brasil também possui uma das maiores resevas de urânio do mundo, e já domina a tecnologia do enriquecimento, o que nos torna independentes e não suscetíveis à flutuação do mercado internacional, analisando financeiramente. E há mais vantagens: com a estrutura necessária, as usinas nucleares podem ser instaladas próximas ao centro consumidor, o que facilita e gera economia no setor de transporte de energia. Analisando o cenário energético nacional atual, talvez o melhoramento da eficiência energética não seja emergencial; no entanto, é fato que a ineficiência energética pode causar danos monumentais ao desenvolvimento de qualquer país, ou até mesmo estagná-lo. O investimento em energia nuclear aliado ao investimento em segurança para as usinas nucleares pode superar o medo de acientes radioativos que assombram esse setor e torná-lo um grande aliado.