Segundo o sociólogo francês, Pierre Bourdieu, a sociedade tem papel fundamental no desenvolvimento do ser social em cada indivíduo. Dessa forma, para que uma criança se desenvolva corretamente, é necessário que a mesma tenha contato com pessoas além do grupo familiar, pois é através da dinâmica social que o sujeito aprimora suas principais características, partindo dos conceitos bourdieusianos. A introdução do “Homeschooling” (Educação Domiciliar), portanto, não é viável para esse processo e sim a melhoria do modelo educacional já vigente, visando atender todos com a mesma qualidade de ensino. A princípio, cabe ressaltar que apesar da educação domiciliar apresentar pontos positivos na visão de algumas famílias, muitas questões nesse modelo de ensino ainda limitam sua eficácia. Essas falhas são oriundas da possível falta de orientação dos pais ao tentarem ensinar seus filhos, que buscando métodos alternativos, podem acabar desvinculando-se da estrutura pedagógica aconselhável para cada idade, além do envolvimento emocional que pode interferir negativamente, demonstrando o quanto essa ideia pode ser equivocada. Além disso, a razão para muitos desejarem essa alternativa se encontra na possibilidade de manter a criança longe do ambiente escolar, que muitas vezes apresenta um cenário problemático, marcado por bullying e falta de acompanhamento. No entanto, a solução dos problemas enfrentados no atual sistema de ensino não se encontra na implementação de um método baseado no afastamento do aluno do convívio escolar, mas sim através do aprimoramento do sistema já existente, por meio de investimentos governamentais que busquem tornar a escola um ambiente mais acolhedor e receptível. Infere-se, portanto, a necessidade de revisar o modelo educacional brasileiro. Para isso, é de suma importância que o Ministério da Educação crie projetos pedagógicos de acompanhamento escolar que visem dar atenção individual aos alunos pelo menos uma vez por semana, além de ministrar palestras educativas e gincanas que estimulem a busca pelo conhecimento de diferentes formas. Ademais, cabe ao governo federal melhorar a qualidade do ensino em todo o país, por meio de investimentos em infraestrutura e cursos de especialidade para educadores, a fim de implementar o modelo existente tornando-o mais adaptável aos diferentes perfis, garantindo assim um sistema mais igualitário.