Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Educação domiciliar: solução para o ensino brasileiro ou fracasso do sistema?

Redação enviada em 23/04/2018

Auggie, personagem central da trama “O Extraordinário”, é educado em casa, até os dez anos, quando finalmente frequenta sua primeira aula em uma escola. Portador da Síndrome de Treacher Collins e alvo de preconceito devido às deformações faciais que sua condição genética acarreta, Auggie retrata a realidade de inúmeros indivíduos que, por algum motivo, sentem-se desconfortáveis no âmbito escolar. Dentre outras, essa questão serve de base para aqueles que defendem a educação domiciliar. Entretanto, ao observar o panorama brasileiro no que tange a educação, vê-se que tal projeto é inviável, seja pela importância do convívio social na formação do sujeito, seja pelos exorbitantes recursos financeiros e humanos exigidos pela ideia. É indubitável que os ambientes educacionais – creches e escolas – são os primeiros meios externos à família em que o sujeito se insere. Seus atributos, portanto, ultrapassam a simples alfabetização e instrução acadêmica, alcançando questões de suma relevância, dentre as quais destaca-se a convivência e inserção em grupos plurais, essenciais para a construção da identidade de cada indivíduo. Outrossim, salienta-se a demanda financeira. Responsável pela garantia de educação de qualidade e igualitária, o Ministério da Educação é o órgão governamental intrinsecamente ligada ao debate em questão. Hipotetizando-se a regulamentação da implementação domiciliar, caberia ao MEC dispor de professores capacitados e em quantidade suficiente para o atendimento individual, assim como demais profissionais habilitados a supervisionar o andamento do projeto, dentre outros. É evidente, portanto, que a educação domiciliar não representa a solução dos problemas educacionais aos quais o país está exposto. São necessárias, entretanto, medidas que possibilitem a resolução dos impasses que motivam tal proposta. Destarte, cabe ao MEC, em conjunto com os poderes Legislativo e Judiciário, a implementação de uma política pública que objetive a manutenção da educação – no que tange a equidade, a qualidade e a integração –, garantindo assim que os pressupostos já assegurados em códigos como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e o Estatuto da Criança e do Adolescente sejam postos em prática.