Em um país de dimensões continentais como o Brasil, toda ação educativa será sempre uma iniciativa benéfica. A educação domiciliar é mais uma alternativa que vem contribuir para o ensino, porém, não se pode colocar a questão de forma maniqueísta. A solução para os problemas educacionais não está unicamente na educação domiciliar. Esta é uma das possíveis soluções. Impossível afirmar que o sistema de ensino brasileiro, como um todo, tenha fracassado. Ele pode e deve melhorar, especialmente, em relação à qualidade do ensino ofertado. Outrora, a questão educacional brasileira envolvia o acesso à escola. Nem todo brasileiro em idade escolar a frequentava. Hoje, todavia, o ensino, em senso estritamente quantitativo, está democratizado e quase a totalidade dos estudantes está matriculada nos estabelecimentos escolares. Apesar disso, atualmente, os desafios concentram-se em um patamar qualitativo. Infelizmente, a qualidade de nosso ensino deixa a desejar e esse desempenho se reflete nos índices alcançados em testes internacionais como o PISA, por exemplo. O Brasil ocupa as últimas colocações, normalmente. Na última avaliação, realizada em 2015, entre setenta e seis países, ocupamos o sexagésimo lugar. Mesmo a avaliação interna promovida pelo Ministério da Educação entre as escolas de ensino fundamental, o IDEB, realizado de dois em dois anos, demonstra que é longo o caminho a percorrer para melhorar a educação brasileira. As melhores avaliações das escolas e dos alunos, em uma escala de 0 a 10, permanece em torno de 6, conforme dados divulgados pelo órgão. É fundamental, portanto, que o Estado, em nível federal, estadual e local, invista em qualidade. Capacitar adequadamente os professores, de modo regular; proporcionar melhores salários aos profissionais que atuam na área; planejar o ensino, em nível nacional e local; verificar quais os pontos de melhoria, avaliando regularmente as metodologias aplicadas e adaptar a forma de ensinar, utilizando as novas tecnologias como aliadas – inclusive no ambiente doméstico. A introdução de novidades tecnológicas no mundo permitiu a derrubada dos muros escolares. Veio também auxiliar a promoção da qualidade no ensino. No entanto, é fundamental investir na qualidade do sistema educacional como um todo, visto que além de não poder prescindir da convivência entre pessoas diferentes que o ambiente escolar propicia, os resultados positivos seriam muito mais significativos para o país.