Título da redação:

O desafio da educação domiciliar no Brasil.

Tema de redação: Educação domiciliar: solução para o ensino brasileiro ou fracasso do sistema?

Redação enviada em 16/06/2018

Durante muito tempo, o ensino domiciliar era uma prática muito comum, em que muitos pais contratavam um profissional ou, sozinhos, ensinavam os filhos no ambiente familiar, seja pela falta de recursos econômicos ou por considerar a melhor opção para eles. Hoje em dia, embora ainda não sendo um ensino legalizado no Brasil, muitas famílias desenvolvem essa experiência, considerando-a melhor que a escolar devido a fatores religiosos, políticos, sociais e econômicos. Tal situação desencadeou, ultimamente, muitas polêmicas acerca do assunto, buscando a legalização da prática. Logo, conclui-se que esse caso tem sido alvo de muitas controvérsias, havendo a necessidade de medidas e propostas que apresentem soluções para isso. Segundo a Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), há no Brasil cerca de 5 mil a 6 mil famílias educando os filhos em casa. Com isso, infere-se que muitas pessoas optam por essa modalidade de ensino em relação à escolar porque, na escola, há escassas formas de inclusão e amparo aos alunos deficientes, infraestrutura de má qualidade - principalmente nas instituições públicas - influências políticas e religiosas diferentes das apoiadas pelos indivíduos, entre outras razões. Além disso, durante o ensino doméstico, há duas táticas utilizadas pelos pais, o homeschooling, quando são seguidos os métodos e programas curriculares; e a desescolarização, quando há aprofundamento nas áreas de interesse da criança. Então, pode-se afirmar que as deficiências e adversidades encontradas nos institutos de ensino provocam a mudança do modo de aprendizagem de muitas pessoas. Embora seja um método pedagógico, muitas são as críticas sobre o ensino domiciliar, como o que é afirmado pela professora Silvia Colello, da USP, de que essa forma de estudo não proporciona a socialização, o contato com as diversidades e os trabalhos presentes na escola, tornando a criança insegura para com os desafios futuros. Ademais, o próprio Ministério da Educação se posiciona contra, apontando sobre o não amparo legal da metodologia, ferindo, dessa forma, o ECA, a LDB, e a Constituição Federal. Por outro lado, vale ressaltar que, de acordo com pesquisas realizadas pela especialista Maria Celis Vasconcelos, da UERJ, quando o aprendizado em cada é desenvolvido com qualidade e organização, não há diferença intelectual entre esses alunos e os do ambiente escolar. Dessa forma, percebe-se que um dos maiores desafios enfrentados nesse contexto é a não regularização da atividade e a forma como a prática é estabelecida. Depreende-se, portanto, que causas político-sociais e a falta de propostas ampliam as controvérsias em relação à educação domiciliar. Posto isso, é fundamental que o MEC estabeleça como obrigatório em todas as escolas profissionais psicólogos e especializados no tratamento de deficientes, dando assistência aos alunos que necessitam; e que o Governo Federal invista em reformas e construções de escolas com infraestrutura adequada a esses estudantes, garantindo a inclusão deles no meio escolar. Outrossim, é necessário que o Congresso Nacional estabeleça um projeto de lei que legalize o ensino básico domiciliar temporário de crianças às famílias interessadas, assegurando, por meio de vistorias e pesquisas residenciais, um bom acompanhamento e qualidade de estudos. Adotando essas medidas, os jovens usufruirão de uma educação rica e aprofundada, convivendo e conhecendo diferentes ambientes e metodologias.