Segundo o filósofo norte-americano, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.” Nesse sentido, para que ocorra esse processo por inteiro, é necessário que todo cidadão receba uma educação vinda das famílias e das outras instituições da sociedade, visto que a vida se faz em comunidade. No entanto, a educação domiciliar tem aumentado no Brasil, fazendo com que esse processo seja parcialmente desenvolvido com o fracasso do sistema. Afinal, todo cidadão necessita viver em sociedade, devendo mudar essa educação parcial. Em primeiro viés, a educação é um direito de todos e um dever da família e do Estado. Porém, no Brasil esse dever do Estado encontra-se defasado, já que há uma qualidade precária das escolas públicas, a falta de transporte escolar, principalmente, entre o espaço rural e urbano e um alto valor nas mensalidades das escolas privadas, atrapalhando o ensino desses indivíduos. Com isso, as famílias criam um modelo próprio para a educação dessas pessoas, conhecida como “Homeschooling”. Esse novo modelo contradiz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDH) que diz: “é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade no ensino fundamental”, mudando a educação do Brasil. Em consequência dessa instauração da educação domiciliar, os indivíduos crescem interagindo apenas com os familiares, aprendendo apenas os valores priorizados por eles. Dessa forma, não interagem com o meio social, não socializam e não convivem com as diferenças, dificultando o amadurecimento e o convívio com os medos, ansiedade e problemas da vida, podendo causar no futuro doenças psicológicas, como depressão, fobia, pânico, entre outras. O filme “O quarto de Jack” de Lenny Abrahamson, demonstra as consequências dessa não socialização ao contar uma história de um garoto de cinco anos que não conhecia nada do mundo, apenas o quarto onde nasceu e a proteção e educação da sua mãe. Logo, fica evidente que a educação domiciliar prejudica a formação dos indivíduos, quanto a socialização e aprendizado. Dessa maneira, o Governo Federal deve melhorar a qualidade das escolas e dos transportes, por meio de investimentos em projetos e campanhas para a formação e ensino dessas pessoas. Ademais, as escolas, junto com as famílias e a comunidade, devem criar oficinas e palestras sobre a importância de socializar para o desenvolvimento pessoal e preparação para a vida, utilizando como exemplo o filme “O quaro de Jack”. Assim, o “Lar doce escola”, ou mesmo, educação domiciliar continuará tendo seu papel na sociedade, mas junto com as outras instituições.