Título da redação:

Educação domiciliar volver. Ou não?

Tema de redação: Educação domiciliar: solução para o ensino brasileiro ou fracasso do sistema?

Redação enviada em 18/02/2019

Grécia Antiga, 335 a.c, Aristóteles fundou o Liceu, um escola regular que revolucionou a educação de Atenas. Séculos mais tarde, no Brasil, discute-se a regulamentação do homeschooling, como via alternativa às escolas tradicionais - que sofrem com parcas verbas e estruturas precárias. Porém, em um país desigual, como o Brasil, tais medidas incentivarão o trabalho infantil e os distúrbios sociais. Sabe-se que o Estado é falho em criar políticas públicas educacionais de qualidade. Contudo, incentivar a educação domiciliar pode aumentar a desigualdade social. Os mais pobres, que muitas vezes não completaram os estudos, vêem-se obrigados a matricular seus filhos em escolas, pois a constituinte de 1988 garante que é dever do Estado garantir educação aos cidadãos, entretanto, com a regularização do homeschooling, esses pais que, infelizmente, não vêem a educação como prioridade, poderiam alegar que educariam seus filhos em casa, quando, na verdade, o levariam para trabalhar - trabalho infantil. Nesse aspecto, tal medida causaria, em última análise, um aumento da disparidade econômico, social e intelectual entre a população. Ademais, ao delegar a educação do indivíduo somente à família, perde-se a possibilidade de conviver com idéias e pessoas diferentes. Para Émile Durkheim, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social. Logo, privando o cidadão do contato com o professor e do convívio com a pluralidade, essa pessoa não conseguirá viver hamonoisamente com o dessemelhante, expondo-se a contração de distúrbios sociais. Dessarte, a Estado falharia e a sociedade tornar-se-ia intolerante e homogênea. Evidencia-se, portanto, que a educação domiciliar não é a solução para o sistema educacional brasileiro, mas, ao contrário, pode trazer males à sociedade. Sendo assim, é necessária que o Ministério da Educação, em conjunto com os governos estatuais, conceda um aumento de verbas destinadas à educação, com o fito de aperfeiçoar a qualificação dos docentes – incentivando-os a continuar se especializando e viabilizando um aumento salarial -, melhorando a infraestrutura das escolas e o material didático escolar. Assim, como dizia Aristóteles, somente a partir das amargas raízes – como um maior investimento no sistema de educação -, será possível colher os doces frutos da educação: uma nação mais justa socialmente, economicamente e intelectualmente.