É consenso que a qualidade da educação nos ensinos fundamental e médio nas escolas públicas brasileiras têm se mostrado ineficiente. Além disso, razões relacionadas a cultura religiosa e de cunho moral, somadas a priorização da construção do caráter, tem atraído cada vez mais adeptos a metodologia da educação domiciliar a qual busca preencher a crescente falha no ensino tradicional. De acordo com Alexandre de Moraes, Ministro do Superior Tribunal Federal, o Estado deve ser neutro, não devendo escolher a religião A, B ou C, ou aquela que julgar mais representativa, para complementar o ensino público, mas delegar essa escolha aos pais ou responsáveis pela educação das crianças e adolescentes. Destarte, a educação orientada somente em casa pelos pais e profissionais escolhidos e supervisionados, refletindo os valores morais, éticos e religiosos da família, mostra-se como uma opção educacional para um número superior a 5 mil famílias de acordo com levantamentos realizados pela Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned). Outro fator preponderante para a escolha dessa prática de aprendizado que prioriza o ensino no lar, está intimamente ligado a solidificação do caráter que se quer moldar nos filhos. Conforme, Ralph Waldo Emerson, filósofo norte-americano, o caráter é superior ao intelecto. Por isso, Ricardo Iêne Dias, presidente da Aned, afirma que a índole do aluno é melhor trabalhada pelos responsáveis que o acompanham diariamente. Diante do exposto, percebe-se que a escolha por educar a criança e o jovem sob uma supervisão mais detalhista e próxima, como a realizada na própria casa, permite que se conserve a fé, a moral e o caráter predominante da família de origem. Cumprindo assim, o papel a qual o Estado está designado pela Constituição Brasileira, mas que não consegue desenvolver. Contudo, o Ministério da Educação com apoio de associações, tais quais a Aned, e órgãos públicos como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deve criar métodos de avaliação quanto ao conhecimento científico e o desenvolvimento psicossocial e intelectual das crianças e jovens que vivem sob essa forma de educação, que podem ser provas bimestrais e entrevistas como psicólogos e pedagogos. Além disso, para que haja um acompanhamento do Estado, deve-se exigir a inscrição do aluno em instituição de ensino público, justamente para o controle e acompanhamento da educação ministrada pelos responsáveis.