Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Dilemas da doação de órgãos no Brasil

Redação enviada em 20/05/2019

De acordo com Franz Kafka, “a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”. Nessa perspectiva, a doação órgãos é uma atitude sensata em prol de proporcionar para os indivíduos, que necessitam, uma vida minimamente digna e reduzir a chance de morte. Contudo, o Brasil ainda possui uma longa fila de espera, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2018, eram 32.716 pessoas, esse fato implica em elevado índice de morte por falta de doação, cenário que poderia ser mudado se mais famílias consentissem com a doação de órgãos. Em séries como “Grey’s Anatomy” a temática já foi abordada em diversos episódios, uma das semelhanças do seriado com a realidade é que é a questão familiar. Uma vez que, no país tupiniquim, somente a família tem o poder de decisão, mesmo se um indivíduo quiser doar, porém não tiver discutido sobre o assunto com os familiares, pode ser que a doação não ocorra de fato. Ademais, a recusa de muitas famílias pode estar relacionada com a “Teoria dos Ídolos” de Francis Bacon, em que crenças e superstições prevalecem no imaginário popular impossibilitando uma visão crítica sobre a real importância da doação. Nesse sentido, faltam campanhas de saúde para elucidar dúvidas e promover uma maior solidariedade social. Por outro lado, uma outra diferença do seriado para o Brasil é que lá todos os transplantes são particulares, ou seja, se não tiver plano de saúde não conseguirá fazer o transplante. Aqui no país mais de 90% dos transplantes realizados são financiados pelo SUS (Sistema Únicos de Saúde), segundo dados do Ministério da Saúde. Dessa maneira, é possível que o sistema funcione de forma mais democrática, tanto no quesito de necessidade do órgão quanto na disponibilidade para todos, independente do poder aquisitivo. Por conseguinte, um dos maiores impeditivos para a doação de órgãos ainda é a falta de autorização dos familiares. Portanto, para minimizar esse problema é primordial que o Ministério da Saúde, em parceria com a ABTO, promova campanhas publicitárias, em jornais, televisão e internet, a fim de elucidar dúvidas e minimizar superstições. É importante ainda que as Secretarias de Saúde façam parcerias com influenciadores digitais, com o objetivo de ampliar a discussão e promover maior engajamento social. Ainda assim, a Câmara dos Deputados pode propor um projeto de lei que tenha o intuito de liberdade individual, caso a pessoa queira ser um doador basta incluir essa informação em seus documentos e somente isso basta, sem precisar da autorização familiar. Somente com cidadãos mais solidários será possível promover uma vida mais digna aos que necessitam.