Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Dilemas da doação de órgãos no Brasil

Redação enviada em 18/04/2019

Considerado o pai da química, Lavoisier, por meio da sua lei de conservação da matéria, afirmou que "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Nesse sentido, trazendo essa ideia para a questão da doação de órgãos, percebe-se que essa prática permite a recuperação e a consequente reutilização de algo, por meio da morte de um indivíduo, permite a continuidade da vida de outro ser. No entanto, apesar dos avanços adquiridos pela medicina nessa área, nota-se que a falta de debates nas escolas sobre essa temática e as disparidades regionais quanto ao número de equipes médicas responsáveis por essa atividade são dilemas enfrentados pelo Brasil que precisam ser superados. Primeiramente, segundo o filósofo Immanuel Kant: "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". Seguindo essa linha de pensamento, é inegável que a ausência de aulas e palestras nas salas de aula acerca da doação de órgãos faz com que os alunos não tenham clareza sobre os seus motivos, finalidades e benefícios, além de crescerem sem o discernimento de que essa ação é profundamente benéfica para milhões de pessoas. Logo, esses jovens ficam apenas sob a educação familiar e da mídia, que muitas vezes não é suficiente para o amadurecimento crítico desses cidadãos. Destarte, essa falta de iniciativa nas escolas revela-se um impasse que precisa ser revertido por intermédio da incrementação de aulas interdisciplinares desde o ensino básico, que mesclem conhecimento científico e problemas sociais, para que, quando adultos, esses atuais estudantes brasileiros possam exercer essa prática sem hesitar. Outrossim, com base em dados oficiais do Ministério da Saúde, entre 2004 e 2014, o número de transplantes aumentou 63,8%, mostrando que o apoio populacional a essa causa contribuiu demasiadamente para a sua ocorrência. Contudo, a baixa demanda de profissionais da área da saúde em alguns estados do país, principalmente de equipes especializadas nesse tipo de cirurgia, mostra-se outro revés que dificulta a alteração do cenário atual. Nesse viés, é inegável que as regiões sul e sudeste possuem a maior concentração de médicos e equipes que trabalham com isso, fazendo com que outras regiões, como a norte e nordeste, cuja falta de assistência financeira, que é refletida na precariedade estrutural dos hospitais, é uma realidade, fiquem impossibilitadas de se beneficiarem com essa atividade e de dar, aos que necessitam dela, a oportunidade de viver. Sendo assim, visando seguir a lei de conservação da matéria, de Lavoisier, e evitar a "perda" desnecessária de órgãos, medidas são indispensáveis para a sua execução. Para tanto, é fundamental que o Ministério da Saúde, com o apoio do Governo Federal, reduza as desigualdades no número de equipes médicas por região, por meio de incentivos financeiros para a melhoria das estruturas hospitalares dos locais mais precários, bem como fornecer créditos aos profissionais que se deslocarem para essas novas áreas, com o fito de levar esperança de vida aos milhares de brasileiros que vivem nesses locais, através do transplante, e fazer com que os cidadãos continuem a se solidarizar com essa causa. Assim, será possível acabar com os imbróglios existentes nessa temática e continuar na busca por novos avanços no país.