Título da redação:

Dilemas da doação de órgãos no Brasil

Tema de redação: Dilemas da doação de órgãos no Brasil

Redação enviada em 19/04/2019

Segundo relatório divulgado em dezembro de 2018 pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a taxa de não autorização familiar manteve-se em 43%. Nesse sentido, fica evidente que no Brasil a doação de órgãos enfrenta dilemas, sendo imperiosa a implantação de medidas a fim de minimizar os impactos ocasionados por esse cenário. Ademais, é fundamental destacar a desconfiança com os médicos, bem como as suspeitas do comércio ilegal de órgãos. A priori, é importante frisar que na sociedade atual a desconfiança com os médicos se encontra em níveis elevados. Além disso, as notícias falsas veiculadas a esses profissionais nas mídias em geral acabam desgastando a credibilidade e confiança das pessoas para com esses especialistas. Logo, em situações difíceis como a morte encefálica em que para a realização da captação de órgãos a autorização familiar é o fator decisivo, a imagem passada pelos médicos e criada sobre os mesmos pela sociedade deve ser consolidada e respeitada em todos os aspectos. Outrossim, na sociedade capitalista tudo vira comércio, inclusive partes do corpo humano. Sendo assim, a desconfiança sobre a ocorrência dessa comercialização leva a recusa sobre a doação, aumentando assim o tempo de espera na lista de transplantes e consequentemente o aumento no número de óbitos. Em suma, estima-se que mais de 33 mil pessoas estão na lista de espera no Brasil, e esse número encontra desafios para decair sobretudo devido a pesquisa feita pelo Ministério Público e Organs Watch que mostra o país como vendedor para outras nações. Em síntese, é mister que a desconfiança com os médicos e a suspeita sobre a venda de órgãos seja amenizada. Para a conscientização da população brasileira a respeito dos dilemas, urge que o Ministério da Saúde (MS) crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhe o funcionamento das normas éticas dos médicos e advirta os internautas do perigo da alienação da mídia, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações de fontes variadas e não de uma fonte única. Somente assim será possível amenizar o quadro atual, além de promover a vida de muitas pessoas.