O Brasil é um país de dimensões continentais, possui vastas áreas para a agricultura e pecuária, no entanto não é capaz de satisfazer as necessidades de toda a população quanto à alimentação. Isso se deve, principalmente, ao desperdício desde a colheita até o consumidor. Vale ressaltar ainda os impactos ambientais provocados pelo processo de produção, como desmatamento de florestas, devastação do solo, gases de efeito estufa e a utilização de recursos como água e energia. O desperdício é uma das principais causas de fome no Brasil, juntamente com a concentração de renda. Pesquisas realizadas pelo Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012 apontam que 30 % da produção agrícola é desperdiçada no Brasil, não só durante a colheita, transporte e venda, como também pelos consumidores que não sabem introduzir em sua dieta alimentos que podem ser consumidos e muitas vezes são descartados, como casca de frutas e legumes. Diante de tanto desperdícios os preços tendem a aumentar, principalmente no atual cenário de crise econômica em que o Brasil se encontra, prejudicando, em especial, os mais pobres e contribuindo para a fome. Convém lembrar ainda os problemas ambientais ocasionados pela alta demanda de produção para diminuir os efeitos do desperdício. Segundo o IBGE, nos últimos 20 anos cerca de 20% da área florestada da Amazônia foi desmatada, sendo a pecuária o principal motivo, que, juntamente com a agricultura, também são responsáveis pela devastação do solo, produção de gases do efeito estufa, e ainda a contaminação da água devido ao mau uso de agrotóxicos. Sendo assim, é notório que o processo alimentício no Brasil é ineficaz, portanto urge a adoção de algumas medidas que diminuam o desperdício não só durante a colheita, com técnicas de cultivos mais bem desenvolvidas e aplicadas por agricultores, mas também aquele provocado pelos consumidores, com campanhas veiculadas nas mídias e nos mercados promovidas pelo governo e pelas ONGs que tenham como objetivo educar a população quanto ao processo de armazenar alimentos, selecionar os quais estão próprios para o consumo e como introduzir na alimentação casca de frutas, legumes, entre outros alimentos nutritivos que costumam ser descartados. Sendo assim, além de aumentar a disponibilidade e aproveitamento dos alimentos, haverá uma menor demanda na produção, reduzindo os impactos ambientais.