Título da redação:

Insegurança perniciosa

Tema de redação: Desperdício de Alimentos: fome no Brasil e os decorrentes impactos naturais

Redação enviada em 13/09/2016

Ao longo do tempo, por meio das Revoluções Industriais e Técnico-Científico-Informacionais, o mundo acompanhou a difusão do capitalismo e as consequentes alterações no modelo de consumo mundial. Nesse contexto, a cultura de subsistência foi substituída pela produção em massa em diversos âmbitos, a exemplo da indústria alimentícia. Sob essa perspectiva, surge o desperdício como reflexo de uma sociedade consumista, ao mesmo tempo em que potencializam-se a concentração alimentar e a insegurança ambiental. A priori, o desperdício é fator preponderante para a turbulência alimentar vivenciada no Brasil. Isso ocorre em virtude da quantidade excessiva de alimentos que são jogados fora e tornam-se, assim, impróprios para o consumo. Nesse viés, Thomas Malthus afirmava que a produção alimentar tornaria-se insuficiente para os povos mundias pois o ritmo de crescimento populacional e de consumo seria muito elevado. Tal teoria, no entanto, foi refutada, uma vez que a origem do problema encontra-se na má distribuição dos alimentos, aliado ao grande desperdício dos mesmos. Assim, analogamente à concentração fundiária, a minoria privilegiada da sociedade detém muito em sua posse e a minoria se vê à margem. Ademais, a busca incessante pelo lucro e a necessidade constante de produção é agente direto na deturpação do meio natural. Nesse sentido, a busca pela dinamicidade e eficiência na produção alimentar, em virtude da exigência de adaptações ao desperdício e à demanda de consumo, o meio ambiente sofre constantes interferências. Diante disso, inovações tecnológicas oriundas da Revolução Verde de 1966, a exemplo dos transgênicos e do uso de maquinários, o ciclo biótico da natureza é alterado. Assim, interferências como a erosão genética, na qual plantas ou animais são contaminados por agrotóxicos, além da compactação e infertilidade do solo pelo uso de tratores, torna-se evidente o efeito deletério do homem sobre a natureza. Verifica-se, portanto, a periculosidade de uma sociedade altamente consumista e hierarquizada, visto seus efeitos negativos no meio social e ambiental. É necessário, nesse sentido, propostas assistencialistas, como a oferta de bolsas básicas, promovidas por ONG's, a fim de buscar a erradicação da questão da concentração alimentar no Brasil. É importante, também, a divulgação de projetos informativos e conscientizadores, como palestras, jogos, debates e documentários, nas escolas, a fim de inserir na criança, desde a infância, a mentalidade do perigo das produções em massa pautadas no lucro. Assim, talvez, a harmonia social e a ambiental possam, enfim, serem alcançadas.