Segundo dados da ONU, o destino de um terço de todo o alimento do mundo é o lixo e, no Brasil, não poderia acontecer diferente. O país que se destaca pela sua produção de alimento é considerado o país do desperdício. Trata-se, portanto, de uma contradição que não podia acontecer uma vez que 7,2 milhões de pessoas passam fome no Brasil, conforme o IBGE. Quando um alimento vai parar no lixo, toda a infraestrutura usada na sua produção acaba por ter o mesmo final. Dessa forma, a energia utilizada é desaproveitada e o que poderia ser uma solução para a fome no Brasil se torna mais um problema para o país. Apesar do mercado de orgânicos estar em expansão, o que não cresce na mesma proporção é o consumo consciente da população. Sem dúvida alguma é mais saudável ingerir alimentos naturais, mas, o que deixa de ser benéfico é desperdiçar uma fruta pelo simples fato dela estar amaçada. Essa falta de sustentabilidade que começa nas empresas alimentícias e tem o cidadão como ator final, é responsável por 3,4 milhões de brasileiros estarem em situação de insegurança alimentar, segundo relatório da FAO. Uma forma de converter este cenário seria a elaboração de políticas públicas, pelo governo de cada estado, que imponha às indústrias de alimentos a destinar uma parte de sua produção para a doação. É necessário, também, que haja uma aliança entre Governo Federal e a ONG que receberá a doação de alimentos para que eles tenham a serventia correta: o prato dos 7,2 milhões de brasileiros que passam fome. Não obstante, é função da sociedade ter responsabilidade alimentar para não jogar no lixo um alimento que poderia acabar com a carência alimentar que atingi um grande contingente de brasileiros. Como dizia Caetano Veloso: “ Gente é para brilhar, não para morrer de fome".