O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Entretanto, mais de 1/3 desses insumos primários são desperdiçados. Esse cenário prejudica não apenas às questões socioeconômicas do país, mas também é nocivo ao meio ambiente. A realidade ocorre devido ao descaso dos produtores e ao consumo irresponsável. Diante disso, cabe ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à sociedade uma maior cautela na hora de manusear gêneros alimentícios. No âmbito social, o descaso na etapa de produção e na compra de frutas, verduras e sementes tem grande impacto. No Ceará, por exemplo, a fazenda da Embrapa voltada à produção de caju confessa que cerca de oitenta e cinco por cento da safra do produto é descartada. O problema ocorre porque o produto é superior à capacidade de escoamento. Casos como o do estado nordestino são preocupantes, pois se a produção fosse mais racional (houvesse menos perdas producionais), os alimentos chegariam aos mercados mais baratos. Isso reflete um país que, apesar de tanto lutar contra a fome, não consegue tornar mais acessíveis seus gêneros agrícolas. Outra preocupação constante quando se trata do desperdício de comida no Brasil, inclui o meio ambiente e a saúde pública. Além de contribuir para a liberação de gases do efeito estufa, o descarte inadequado de produtos orgânicos influencia a formação de lixões. Esses espaços atraem humanos em busca de alimentação. Situações como a de tais catadores são desumanas. Além se arriscarem à explosões pela presença de gás metano, as chances de intoxicação alimentar dessas pessoas são altas. Tal realidade também demonstra que desperdiçar alimentos é comprometer a sanidade coletiva. Diante disso, conclui-se que apesar da importância da existência de benefícios fiscais oferecidos pelo Governo Federal no combate ao desperdício, sem uma atuação forte da iniciativa privada, a mudança fica inalcançável. Nesse sentido, donos de restaurantes e bares devem estimular programas como o Projeto Satisfeito a se espalharem pelo país. Nele, clientes podem escolher pratos reduzidos. Ao fazer essa opção, o consumidor paga o valor normal do prato e ainda ajuda a reduzir a quantidade a ser descartada. Sem contar que o valor economizado em ingredientes é destinado a órgãos combatentes a desnutrição infantil. Políticas e irrigação por gotejamento devem ser adotadas por proprietários rurais, tendo em vista que a atitude ajuda a racionar recursos hídricos na agricultura (amplamente presente no país). Essas atitudes contribuem para um Brasil mais cuidadoso com seus gastos.