O ciclo de desperdício de alimentos começa no campo, continua no transporte, na armazenagem e na comercialização, para se fechar na cozinha do consumidor. Enquanto isso, milhares de pessoas padecem na fome e na miséria. “Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis”, a assertiva de Rene Descartes encaixa-se perfeitamente nessa situação. A fome no mundo todo é um grande problema em que a solução não compete somente há conscientização das pessoas de que desperdício de comida é errado. Em nossa literatura a fome já foi retratada diversas vezes, em “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos: o nordestino que vive na seca é retratado com sua fome e necessidade de migrar pelo sertão, o livro é um retrato da realidade de tantas pessoas que passam fome e necessidades diárias em todas as regiões do país. O pesquisador da UERJ José Abrantes demonstra em seu livro “Brasil: O País dos Desperdícios”, que o desperdício no Brasil chega a 150% no PIB, esse número não se refere somente as que se perde de alimentos, água e energia elétrica, mas também a fatores como desemprego, analfabetismo, doenças e não aproveitamento do lixo. Laboratórios para o aproveitamento integral dos alimentos, sendo disponibilizados pela prefeitura de cada município para que a população aprenda práticas dietéticas para o uso integral de alimentos, de maneira adequada do ponto de vista nutricional, sensorial e microbiológico. Enfim, por mais difícil que pareça, existem soluções para esse problema que já fez história no país. Os supermercados deveriam rever as regras para aquisição de produtos dentro de um determinado padrão estético, uma possível saída seria a criação de seções com alimentos de diferentes padrões e diferentes preços dentro dos mercados. O governo com ajuda de iniciativas privadas deveria criar projetos para a diminuição da pressão sobre os recursos naturais e a emissão de gases que provocam o efeito estufa, buscando inserir na comunidade um sistema alimentar completamente sustentável.