Um dos estágios importantes da história do homem constituiu-se na domesticação de animais e no domínio da agricultura, pois esse facilitou o acesso aos alimentos. Entretanto, atualmente, o desperdício desses é ascendente, agravando a fome mundial e brasileira, além de colaborar para um maior consumo dos recursos naturais, causando impactos ambientais. Dessa forma, diversos fatores contribuem para esse problema, destacando-se a má gestão da produção e distribuição de alimentos, e a falta de consciência por parte dos consumidores. Com o advento da Revolução Verde na década de 1950 o Brasil passou a produzindo mais alimentos, entretanto na operação e no transporte de suas atividades agrárias o desperdício da sua produção é elevado. Diante disso, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no país descarta-se 26,3 milhões de toneladas de alimentos por ano, decorrente, principalmente, de problemas no campo, como o ataque de pragas, e o lento sistema de distribuição rodoviário, acarretando a perda de qualidade dos produtos. Sendo assim, esse desperdício contribui para a fome no Brasil, além de estimular um maior consumo dos recursos naturais, como a água “virtual” presente nos alimentos. Além disso, o desperdício pelo cidadão agrava essa situação, tendo em vista que se soma a toda a perda da cadeia produtiva e culmina no descarte incorreto dos resíduos gerados. Dessa forma, a ideia difundida, sobretudo em propagandas, de que o ideal é comprar em abundância (“encher o carrinho”) com produtos de boa aparência, estimula um planejamento errôneo de consumo. Diante disso, os alimentos a margem do padrão estético ou aqueles que são comprados em exagero são descartados, gerando consequências não apenas éticas, como a fome, mas também ambientais, como a contaminação de materiais recicláveis por restos orgânicos, e a emissão de dióxido de carbono e metano na decomposição desses. Portanto, o desperdício de alimentos agrava e estimula mazelas sociais e ambientais, necessitando, assim, de uma maior atenção por parte do Estado e da sociedade. Sendo assim, para reduzir esse problema, cabe ao Estado fiscalizar os desperdícios ambientais na produção e distribuição dos alimentos, em parceria com os produtores rurais; concerne à mídia juntamente com as ONG´s promoverem campanhas que demonstrem através de dados e opinião de especialistas, acerca da necessidade de planejamento na compra de alimentos; e ao cidadão buscar se planejar. Dessa forma, sociedade e governo cumprem o seu papel social.