O Brasil é classificado desde a colonização portuguesa como um país do setor primário, mesmo que tenha havido em 1930 incentivo à indústria essa posição não mudou pela quantidade de áreas livres para plantio e terras férteis. Atualmente, está em terceiro lugar no ranking de exportações de alimentos do setor agrícola. Em contra partida, 7,2 milhões de brasileiros passam fome devido ao mal aproveitamento e má distribuição de alimentos. Em primeiro plano, deve se levar em consideração a quantidade de alimentos em bom estado de consumo que são jogados no lixo por falta de conhecimento do preparo. Essa premissa se faz verdade pelos 26 milhões de toneladas por ano que são descartados, nessa contagem está inclusa alimentos inteiros,talos e cascas. Por isso, projetos como o Banco de alimentos de Santos tem por objetivo além de distribuir alimentos que iam para o lixo para famílias carentes, ensinam as a preparar. Visando assim colocar em pratica a constatação do diretor do greenpeace, na qual afirma que a inteligência é a habilidade das espécies viverem em harmonia com a natureza. Além disso, a forma que o alimento chega até o consumidor também contribui para o desperdício e por consequência a fome. Um exemplo é o critério de descarte por parte do produtor que é a aparência do vegetal mesmo que estejam aptos para o consumo. O que gera de forma indireta o encarecimento dos preços desses e faz com que o brasileiro gaste 60% do salário mínimo com comida. Além de aumentar o uso de fertilizantes e transgênicos, que causam desequilíbrio ecológico e ainda tem efeitos desconhecidos na saúde humana. Fica evidente, portanto, que o Brasil tem condições de acabar com a fome por conta do seu território e sua forma de produção se houver o comércio dos "vegetais feios" e a utilização do alimentos por inteiro. Para que isso aconteça, o governo deve investir em projetos com o Banco de alimentos de Santos para ampliar sua atuação a nível nacional e criar projetos de conscientização em programas de culinária para ensinar a reutilização alimentar. Ademais, produtores e mercados devem fazer uma parceria para a comercialização dos vegetais fora do padrão com preços mais baixos. Não existe solução mágica, o que existe é a necessidade de empenho para amenizar a fome no Brasil.